A brutal execução de um homem de 24 anos, dentro de uma loja de conveniência em Eunápolis, no sul da Bahia, chocou o país não apenas pela frieza do crime, mas pela audácia do assassino: após disparar diversos tiros contra a vítima, ele deixou o local e retornou depois para fazer novos disparos, certificando-se da morte. A cena, registrada por câmeras de segurança, escancara o sentimento de impunidade que paira sobre a Bahia — e sobre o Brasil.
O crime, cometido na segunda-feira (23) em plena luz do dia e diante de testemunhas, é mais um episódio da escalada de violência que assola o estado. E não é caso isolado. Neste ano a Bahia tem sido palco de vários crimes bárbaros.
Um jovem de 20 anos foi morto em um prédio abandonado no bairro Trobogy, em Salvador. Ele havia sido sequestrado por um grupo de traficantes do Bonde do Maluco (BDM), por ter postado uma foto com um suposto gesto associado à facção criminosa rival, o Comando Vermelho (CV). Imagens do jovem sendo torturado e morto por degola foram postadas nas redes sociais, para intimidar inimigos e a população.
Ainda em Salvador, outro jovem também foi julgado por um “tribunal do crime” e deixado morto em um carrinho de mão no bairro Nordeste de Amaralina.
Em Barreiras, no sudoeste do estado, uma mulher de 28 anos foi assassinada com mais de 40 facadas na frente da filha de 10 anos.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, a Bahia lidera o ranking nacional de homicídios dolosos em 2025, com mais de mil mortes registradas apenas no primeiro trimestre. São cerca de 11 assassinatos por dia, a maioria concentrada na capital e região metropolitana.
Violência assusta e se mantém como maior temor dos brasileiros sob o governo Lula
Em meio a esse cenário, cresce a crítica à política de desencarceramento defendida por setores do governo federal. A ideia de tratar o criminoso como vítima da sociedade tem gerado controvérsia, especialmente diante da crescente sensação de insegurança. A ausência de uma resposta firme do Estado alimenta a ousadia dos criminosos — como no caso de Eunápolis, onde o assassino teve tempo e confiança para retornar à cena do crime.
Pesquisas recentes apontam queda na popularidade do presidente Lula. A maioria dos brasileiros considera ineficaz o combate ao crime do governo Lula e elegeu a violência como o principal problema do país, pela primeira vez na história. Enquanto isso, nas ruas da Bahia, a população segue refém da violência — e da espera por uma política de segurança pública eficaz.
2025-06-25 07:00:00