A ofensiva do governador Cláudio Castro contra o crime organizado no Rio de Janeiro, respaldada por amplo apoio popular, já provoca reflexos além das comunidades dominadas pelo tráfico. A tentativa da família de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, de cruzar a fronteira rumo à Bolívia, interceptada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), é vista por investigadores como evidência de que o chefe do Terceiro Comando Puro (TCP) poderia estar planejando deixar o país.
Logo após a operação de contenção deflagrada no Rio, países vizinhos reforçaram suas fronteiras para impedir a entrada de criminosos brasileiros, numa ação coordenada que demonstra a dimensão regional da ameaça.
A fuga frustrada da família de Peixão reforça a percepção de que o cerco no Rio está apertando. A mobilização de países vizinhos para blindar suas fronteiras mostra que o combate ao crime organizado carioca já ultrapassa os limites nacionais, transformando-se em questão de segurança regional.
A interceptação
• A Polícia Civil, em ação conjunta com a PRF, parou dois veículos na BR-262, em Campo Grande (MS).
• Nos carros estavam a esposa, três filhos e um sobrinho de Peixão, contratados por motoristas que alegaram ter recebido ordens de um contato na Bolívia.
• Durante a revista, foram encontradas joias com inscrições ligadas diretamente ao traficante. O sobrinho assumiu a posse dos itens.
• Todos os ocupantes foram detidos sob suspeita de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e financiamento de organização criminosa.
• A ocorrência foi encaminhada à Polícia Federal.
Quem é Peixão
• Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, é um dos criminosos mais procurados do Rio.
• Líder do TCP, consolidou poder ao expulsar o Comando Vermelho de áreas estratégicas, formando o chamado Complexo de Israel (Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco Bocas).
• Sua ficha criminal inclui cerca de 50 ocorrências e 20 mandados de prisão, por crimes como tráfico, homicídio, ocultação de cadáver, tortura e assaltos.
• Recentemente, passou a ser investigado também por suspeitas de terrorismo.
• Comanda um arsenal bélico de alto calibre, incluindo fuzis, explosivos e sistemas anti-drone, grande parte importada ilegalmente.
2025-12-09 10:24:00



