Câmara do Rio em ebulição: votação de empréstimo promete embate político acalorado

A terça-feira (23) promete ser de tensão máxima no plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em pauta, a segunda discussão do polêmico Projeto de Decreto Legislativo 76/2025, que autoriza a Prefeitura a contratar um empréstimo de R$ 882,8


A terça-feira (23) promete ser de tensão máxima no plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em pauta, a segunda discussão do polêmico Projeto de Decreto Legislativo 76/2025, que autoriza a Prefeitura a contratar um empréstimo de R$ 882,8 milhões junto à Caixa Econômica Federal, com garantia da União, para obras de prevenção de enchentes e urbanização em áreas vulneráveis da cidade.

Embora o prefeito Eduardo Paes (PSD) defenda o projeto como um avanço social — com foco na drenagem da bacia do Rio Acari e melhorias urbanas no Complexo do Alemão e na Rocinha — o discurso oficial está longe de ser consenso. A proposta, aprovada em primeira discussão na semana passada, já provocou reações adversas até entre vereadores da base progressista, que embora tenham votado a favor da medida, questionam a falta de transparência na destinação dos recursos e o uso político da pauta.

‘Empréstimo de vitrine’

Vereadores da direita alertam para a ausência de detalhamento técnico sobre as obras e temem que o projeto seja mais uma jogada de marketing do Executivo. A oposição prepara um contra-ataque direto ao discurso de Paes, acusando o prefeito de tentar capitalizar politicamente o empréstimo como vitrine para sua candidatura ao governo do estado em 2026. Para a oposição, não se trata apenas de obras sociais. Trata-se de um pacote eleitoral disfarçado de urbanismo.

Risco de endividamento

O debate ganha ainda mais peso diante do recente alerta feito pela Firjan no último relatório do Índice de Gestão Fiscal (IFGF) 2025. O estudo aponta que a capital destina apenas 4,6% da sua receita para investimentos, menos da metade da média nacional, o que levanta dúvidas sobre a sustentabilidade de novos compromissos financeiros. A Firjan alerta que, mesmo em um cenário econômico favorável, o desempenho fiscal da maioria das cidades do estado piorou — um sinal preocupante para quem acompanha a saúde das contas públicas.

Garantias e riscos

Com a temperatura política em alta e os holofotes voltados para o plenário, a votação desta terça não será apenas sobre infraestrutura — será um termômetro da disputa pelo controle narrativo da cidade e, possivelmente, do estado.

A Câmara vai ferver. E os bastidores já estão em ebulição.



Conteúdo Original

2025-09-22 17:23:00

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