Mesmo sob investigação por falsificar cerca de 140 moções da Câmara Municipal de Niterói, o suplente de vereador Raphael Costa (PDT) foi promovido a um dos cargos mais estratégicos da Administração Regional de Icaraí. A decisão, publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (07), amplia seus poderes para assinar contratos, aditivos, empenhos e até reconhecer dívidas — funções típicas de um ordenador de despesas.
Decreto polêmico
O decreto foi assinado pela vice-prefeita Isabel Swan (PV), com anuência do prefeito Rodrigo Neves (PDT), que está na Colômbia participando de um evento do Mercocidades. A nomeação gerou forte reação entre parlamentares da oposição, que enxergam na medida um exemplo claro de favorecimento político em detrimento da ética e da transparência.
Reações no Legislativo
A vereadora Fernanda Louback (PL) foi contundente:
“O que está acontecendo em Niterói é um absurdo. O prefeito ‘promove’ um suplente de vereador investigado por falsificação de documentos para cuidar de contratos e aditivos na Administração Regional de Icaraí — um cargo com poder de autorizar compras e movimentar dinheiro público”.
Ela ainda criticou o modelo de gestão:
“É a velha política escancarada, onde o apadrinhamento fala mais alto que o mérito. Essa nomeação é um tapa na cara de quem acredita em gestão pública séria e transparente. Niterói precisa de gente comprometida com resultados e respeito pelo dinheiro público.”
O vereador Allan Lyra (PL) também criticou duramente:
“Se o prefeito está recompensando ele, isso diz muito sobre a administração da nossa cidade. A Comissão de Ética está se debruçando sobre as irregularidades do Raphael Costa, inclusive sobre o caso das moções falsas.”
O presidente da Comissão de Ética, vereador Daniel Marques (PL), informou que o processo está em andamento:
“Já passamos da fase preliminar. Ele apresentou defesa prévia e agora entraremos na fase de oitivas. Depois disso, haverá alegações finais e um relatório para discussão em plenário, se for o caso.”
Entenda o caso
Raphael Costa é acusado de ter falsificado cerca de 140 moções legislativas, assinando documentos como se fosse vereador. A prática teria ocorrido enquanto exercia funções administrativas em Icaraí. Agora, mesmo sob investigação, ele assume a responsabilidade por contratos e recursos públicos da região.
Ele alega que a cerimônia foi um gesto simbólico de reconhecimento à classe contábil, sem uso indevido de documentos oficiais. Disse ainda que a preparação do evento ocorreu quando ainda exercia o mandato de vereador e que foi convidado, já como secretário, para conduzir a solenidade.
A nomeação reacende o debate sobre os critérios da gestão municipal e levanta sérias dúvidas sobre o compromisso da Prefeitura com a ética na administração pública.
2025-11-08 00:00:00



