Com informações de G1. O crime anda tão “profissional” que até colete à prova de balas entrou no figurino dos assaltantes. Um assaltante preso em Osasco, na Grande São Paulo, usava colete à prova de balas para cometer uma série de 14 roubos em um só dia. O criminoso foi baleado ao tentar assaltar um policial civil na última quinta-feira (16).
Segundo a Polícia Civil, ele havia cometido outros 14 crimes no mesmo dia, a maioria envolvendo o roubo de correntinhas e alianças de ouro.
Imagens de câmera de segurança mostram três homens tirando uma selfie em um sofá no restaurante quando o assaltante, disfarçado de entregador, entra, faz uma pergunta e parece ir embora. Em seguida, ele se vira, saca uma arma e atira.
Um dos clientes, que é policial civil, reage. O enteado dele acaba atingido na perna e cai no sofá. Outro homem, assustado, encosta na parede sem reação. O assaltante, identificado como Igor Onorato, foi baleado quatro vezes e aguardou socorro no local (veja vídeo acima). A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
Do lado de fora, um comparsa fugiu em uma motocicleta e ainda não foi localizado.
De acordo com a investigação, Igor iniciou os assaltos pela manhã, na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, e seguiu agindo em diferentes bairros até chegar em Osasco, na Grande São Paulo.
Em outra imagem, ele aparece usando uma jaqueta diferente ao abordar uma mulher que acabava de sair do carro. Ele exige apenas a corrente de ouro e foge em seguida.
Com o suspeito, a polícia recuperou 14 alianças, correntes, pulseiras, um relógio e dinheiro.
Esse tipo de crime tem crescido na capital paulista. De janeiro a agosto deste ano, 2.847 alianças foram roubadas na capital paulista, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), um aumento de 73%, se comparado com o mesmo período de 2024. Isso equivale a um roubo a cada duas horas.
Operação em Paraisópolis
Também na quinta, a Polícia Civil deflagrou uma megaoperação contra quadrilhas especializadas nesse tipo de roubo. A investigação identificou a comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul, como base operacional de grupos que atuavam em toda a cidade.
Mais de 170 policiais participaram da ação, que teve 36 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), as quadrilhas atuavam em cadeia: ladrões faziam os roubos, intermediários recebiam os itens e revendiam joias e eletrônicos — muitas vezes para fora do país.
“É uma grande corrente, com vários elos. A ideia é romper essa corrente criminosa”, disse Ronaldo Sayeg, diretor do Deic.
Durante a operação, Guilherme Heisenberg da Silva Nogueira, conhecido como Bronx, foi morto ao, segundo a polícia, reagir à prisão e atirar contra os agentes. Ele é apontado como um dos principais articuladores do esquema de receptação e fornecimento de armas.
2025-10-17 10:53:00