Até quando? Mulher é solta pela terceira vez após furtar cartões e ostentar nas redes sociais

Pela terceira vez em pouco mais de um ano, uma professora de 29 anos foi solta, nesta semana, após ser flagrada com cartões de crédito furtados no Distrito Federal. “Dublê de Rica”, como é conhecida por ostentar uma vida de


Pela terceira vez em pouco mais de um ano, uma professora de 29 anos foi solta, nesta semana, após ser flagrada com cartões de crédito furtados no Distrito Federal. “Dublê de Rica”, como é conhecida por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, incompatível com sua realidade financeira, expõe a fragilidade de um sistema penal que parece mais empenhado em proteger o infrator do que em garantir justiça às vítimas.

A mulher costumava postar em suas redes sociais publicações em que ostenta viagens internacionais e uma rotina de treinos com roupas financiadas pelas fraudes cometidas por ela com os cartões da vítimas.
Reincidência e impunidade

“Dublê de Rica” não é novata no crime. Desde maio de 2024, ela já acumula três prisões por ter sido flagrada com cartões furtados. Muitas vezes ela apenas se aproveitava de um descuido das vítimas para fotografar os cartões e utilizar suas informações nas compras.

– Maio de 2024: furtou R$ 946 de um colega enquanto estagiava no Tribunal de Justiça do DF; foi liberada após pagar fiança de R$ 1.412.
– Junho de 2025: filmada fotografando cartões bancários de colegas em uma escola pública; novamente solta após pagar R$ 3 mil.
– Julho de 2025: presa em flagrante após furtar cartões em academias e usá-los para comprar joias em um shopping de Santa Maria; liberada após pagar mais R$ 3 mil.

Em todas as ocasiões, a Justiça optou pela liberdade provisória mediante pagamento de fiança. Nenhuma condenação. Nenhuma pena cumprida. Nenhuma reparação às vítimas.

Legislação ultrapassada e políticas de desencarceramento

O caso da “Dublê de Rica” é emblemático. Ele revela como leis brandas e políticas de desencarceramento — muitas vezes justificadas por discursos humanitários — acabam por favorecer a reincidência. A fiança, que deveria ser uma medida excepcional, tornou-se um bilhete de saída para criminosos contumazes. O resultado? Um ciclo de crimes sem punição, onde o infrator volta às ruas enquanto as vítimas amargam prejuízos e insegurança.

A vítima invisível

Uma das vítimas teve um prejuízo de R$ 2 mil. Outras tiveram seus dados bancários expostos e utilizados indevidamente. E, no entanto, nenhuma delas viu justiça ser feita. O foco do sistema parece estar na “ressocialização” da criminosa — que agora será encaminhada para atendimento psicossocial — enquanto os lesados seguem sem reparação.

O retrato de um país em crise moral

Apelidada por alguns como “dublê de rica” por ostentar uma vida de luxo incompatível com sua realidade financeira, é apenas um sintoma de um problema maior. A complacência institucional, a lentidão judicial e a falta de rigor penal alimentam a sensação de que o crime compensa. E, enquanto isso, a sociedade assiste, impotente, à erosão da justiça.

Até quando?

Quantas vezes mais ladrões precisarão ser presos para que o Estado tome uma atitude firme? Até quando a fiança será sinônimo de liberdade para quem desrespeita a lei? Até quando as vítimas serão invisíveis?

A resposta está nas mãos de quem legisla, julga e governa. Mas o clamor é de todos nós.



Conteúdo Original

2025-08-02 07:47:00

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