64% das pessoas aprovam a megaoperação no Rio

Foto: PMERJ Com informações do Diário do Rio. A megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão recebeu 64% de aprovação entre moradores do Rio, segundo a Genial/Quaest. Mesmo assim, a percepção de segurança não melhorou: só 35% dizem se



Foto: PMERJ

Com informações do Diário do Rio. A megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão recebeu 64% de aprovação entre moradores do Rio, segundo a Genial/Quaest. Mesmo assim, a percepção de segurança não melhorou: só 35% dizem se sentir mais protegidos, enquanto 52% se sentem menos seguros após o episódio que deixou ao menos 121 mortos.

O apoio cresce entre homens (79%) e cai entre mulheres (51%). Por renda, a classe média registra 69% de aprovação, acima dos mais pobres (58%) e dos que ganham mais de cinco salários mínimos (63%). Por território, a aprovação é maior na Baixada Fluminense (73%) e na capital (68%).

No recorte político, os números disparam entre bolsonaristas (93%) e quem se diz de direita (92%), e caem entre lulistas (35%) e o público de esquerda (27%). Para o diretor da QuaestFelipe Nunes, há uma dissociação clara entre aprovação e sensação de segurança. “Os números são muito eloquentes ao mostrarem que a aprovação é muito alta, especialmente entre os homens e na classe média. Mas isso não significa, necessariamente, que as pessoas estejam se sentindo mais seguras ou tranquilas”, afirmou — Felipe Nunes.

O medo domina o pós-operação: 74% temem retaliação do Comando Vermelho. No dia da ação, vias foram bloqueadas, ônibus e carros cruzados interromperam o trânsito, aulas foram canceladas e o transporte público travou; na manhã seguinte, mais de 50 corpos apareceram na mata e foram expostos em uma praça próxima à área de confronto.

A palavra “guerra” virou lente para enxergar o estado: 87% descrevem o Rio assim, contra 13% que discordam. Metade (51%) acredita que outras grandes cidades vivem quadro semelhante; 42% discordam. Sobre preparo para novos confrontos, há equilíbrio: 48% enxergam vantagem das forças policiais44% acham que as facções sairiam na frente. “A população reconhece que o Estado não está preparado, enquanto os criminosos são profissionais, organizados, têm estrutura”, analisou Felipe Nunes.

A avaliação do governo também divide. 58% concordam com a leitura do governador Cláudio Castro de que houve êxito; 32% veem fracasso. Ainda assim, 73% defendem mais operações do tipo no futuro. “O Estado, que deveria deter o monopólio do uso da força, está perdendo espaço para o crime organizado”, disse Felipe Nunes.

Quanto à capacidade de reação62% não acreditam que o governo do Rio consiga enfrentar sozinho o crime organizado; 36% acham que sim. Quem deveria liderar? 31% apontam o governo federal30% os governos estaduais28% o Exército11% não souberam responder.

O debate sobre GLO (Garantia da Lei e da Ordem) voltou com força. 59% apoiam um decreto federal38% são contra; 3% não opinaram. Entre eleitores de Lula (PT), o apoio é de 47%; entre bolsonaristas (PL)80%. O Planalto descartou a GLO e, ao lado do governador Cláudio Castro, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski anunciou a criação de um Escritório de Combate ao Crime Organizado para integrar ações. “A ideia é eliminar barreiras entre os governos”, afirmou — Ricardo Lewandowski. A medida teve 94% de avaliação positiva.

Os números vêm de 1.500 entrevistas em 40 municípios do RJ, feitas entre 30 e 31 de outubro, com margem de erro de ±3 pontos percentuais e 95% de confiança, segundo a Genial/Quaest.



Conteúdo Original

2025-11-02 13:17:00

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