Vítima de tráfico humano, brasileira presa no Camboja é transferida após ataque da Tailândia

Vítima de tráfico humano, a brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi transferida da Prisão Provincial de Bantiey Meanchey após a região ser alvo de ataques militares tailandeses, segundo afirmaram familiares na noite de sexta-feira. Cerca de meio


Vítima de tráfico humano, a brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi transferida da Prisão Provincial de Bantiey Meanchey após a região ser alvo de ataques militares tailandeses, segundo afirmaram familiares na noite de sexta-feira. Cerca de meio milhão de pessoas foram deslocadas em ambos lados do conflito, que decorre da disputa sobre a demarcação de fronteira entre os dois países.

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Neste sábado, a Tailândia disse que iria continuar com os ataques, apesar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado uma trégua. Familiares de Daniela de Oliveira afirmaram terem sido avisadas da transferência de prisão, mas acrescenteram que até agora não tem mais detalhes sobre a situação da brasileira.

“A guerra entre Camboja e Tailândia voltou a se intensificar na região onde a Dani estava. Ela foi deslocada de prisão e, até agora, não temos mais notícias. Pedimos orações, vibrações e torcida para que ela e todas as pessoas que estão vivenciando essa guerra estejam bem!”, diz a mensagem publicada por familiares da brasileira.

Daniela de Oliveira foi condenada a dois anos e seis meses de prisão por posse de drogas no Camboja. Familiares alegam que as substâncias, que não foram especificadas pelas autoridades locais, foram plantadas na bagagem da brasileira.

— Ela foi condenada a 2 anos e 6 meses, com possibilidade de recurso. A clinica do Direito da UFMG, que nos apoia e assessora já esta ciente do caso e preparará tudo que for preciso, uma vez que minha irmã é inocente e está sendo injustiçada lá. Não podemos nunca esquecer que ela foi vítima de um esquema de tráfico de pessoas — diz Lorena, irmã de Daniela, que afirma ter solicitado ajuda ao Itamaraty no caso.

Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro.

— Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada.

Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira.

Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos.

— Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena.

A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana.



Conteúdo Original

2025-12-13 06:48:00

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