Tráfico faz empresa de ônibus deixar garagem em Vigário Geral, no Complexo de Israel

A Viação VG deixou sua garagem em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, e passou a operar e manter sua frota na sede da Viação Nossa Senhora de Lourdes, na Penha, a cerca de seis quilômetros de distância. Funcionários


A Viação VG deixou sua garagem em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, e passou a operar e manter sua frota na sede da Viação Nossa Senhora de Lourdes, na Penha, a cerca de seis quilômetros de distância. Funcionários da empresa, que não quiseram se identificar, afirmaram que viviam uma rotina de violência por causa da ação de traficantes da região: eles eram assaltados. Além disso, os bandidos exigiam o pagamento de taxas para deixar os coletivos circularem, obrigavam os ônibus a transportarem passageiros gratuitamente e invadiam a garagem para usar o banheiro. A Polícia Civil investiga o caso.

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De acordo com relatos de pessoas ligadas à empresa, havia também uma dificuldade na saída e na entrada dos coletivos da garagem: funcionários tinham que tirar uma barricada montada na Rua Valentim Magalhães, onde fica a sede, e remontá-la após a passagem dos veículos.

Em nota, o Rio Ônibus afirmou que, por estar em uma região dominada por criminosos, a Viação VG passou a ter “dificuldades operacionais”. O comunicado diz ainda que a Viação Nossa Senhora de Lourdes, líder do Consórcio Internorte, “está dando o apoio necessário até que o problema seja solucionado”.

– 66 linhas desviadas em decorrência de operação policial e/ou tiroteio na região do Complexo de Israel, em 6 dias diferentes.

Apesar de nenhum representante da VG ter procurado a  38ª DP (Brás de Pina), a delegacia abriu uma investigação e chamou os responsáveis pela viação para prestar esclarecimentos. iniciou investigação e os responsáveis pela viação foram chamados para prestar esclarecimentos. Além disso, agentes realizam outras diligências.

A Polícia Militar afirmou que o 16º BPM (Olaria) não foi acionado pela Viação VG. A corporação informou que o batalhão faz um patrulhamento ostensivo na região onde a sede da empresa fica e aborda e revista pessoas em atitudes suspeitas.

Região dominada por Peixão

Vigário Geral, junto com as comunidades Parada de Lucas, Cinco Bocas, Cidade Alta e Pica-pau, integra o Complexo de Israel, controlado pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, ligado ao Terceiro Comando Puro (TCP) e um dos bandidos mais procurados do Rio de Janeiro. De acordo com investigações, o traficante, que acumula mais de 30 anotações criminais, controla o conjunto de favelas com mãos de ferro. 

Peixão, por exemplo, deu ordens para a instalação de câmeras nas comunidades, que tem várias ruas bloqueadas por barricadas — algumas delas são escavações profundas no chão, semelhantes a fossos, que impedem totalmente a passagem de veículos. 

É do traficante que partem ordens para ataques na Avenida Brasil em dias em que a polícia faz operações. Em outubro do ano passado, três pessoas morreram e outras três ficaram feridas num desses ataques.

A quadrilha também costuma sequestrar ônibus para usá-los como barricadas. Entre janeiro e junho deste ano, isso aconteceu com quatro coletivos, de acordo com o Rio Ônibus. No mesmo período, 66 linhas tiveram que ser desviadas durante operações policiais ou tiroteios na região do Complexo de Israel, em seis dias diferentes.



Conteúdo Original

2025-06-25 14:06:00

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