Traficantes abrem buraco e impedem passagem de motoristas em rua de Cordovil | Rio de Janeiro

Rio – Traficantes da Cidade Alta, na Zona Norte, voltaram a criar uma “trincheira” na Rua Lyrio Maurício da Fonseca, em Cordovil, próximo à estação de trem, para impedir a passagem de motoristas. A região integra o Complexo de Israel, dominada por um dos líderes do Terceiro Comando Puro (TCP), Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão.

Em imagens registradas pelo “Bom dia Rio”, da TV Globo, é possível ver a “vala” aberta no asfalto, deixando livre apenas a calçada, que é estreita. A rua da acesso tanto a Cidade Alta quanto a comunidade de Parada de Lucas.

De acordo com o prefeito Eduardo Paes, a Secretária de Conservação foi acionada para fechar o burco, que funciona como uma espécie de barricada. A declaração foi feita na manhã desta sexta-feira (6) em coletiva de imprensa sobre o armamento de guardas municipais.

“Bandidos arrebentaram um trecho de rua em Cordovil para impedir o livre acesso de motoristas e eu já determinei ao secretário de Conservação que tampe essa cratera. Esperamos e demandaremos apoio das forças policiais para cumprir essa obrigação básica”, explicou.

Em janeiro deste ano, um motorista de aplicativo foi abordado e ameaçado por criminosos armados, ao entrar por engano em uma da rua da Cidade Alta. Na época, ele errou o caminho após se deparar com a via bloqueada pelo buraco.

Em imagens registradas por câmeras do veículo é possível ver o motorista dirigindo por ruas da região do Complexo de Israel e com uma passageira no banco de trás, quando se depara com a “trincheira”. Ele retorna de ré e retoma o caminho, até que entra em uma rua da Cidade Alta, onde há um carro em sua frente, que também para.

Ao se depararam com um criminoso armado perto de um poste, a mulher pede para que ele abaixe os vidros do carro e é possível ouvir uma pessoa gritando a mesma ordem do lado de fora. Assustados, eles descem do veículo e, logo em seguida, outro criminoso sai de trás de um caminhão, usando um colete balístico e apontado um fuzil na direção do automóvel. O registro mostra então o condutor se desculpando com os bandidos.

“Estou trabalhando, perdão, sou Uber”, diz o motorista, enquanto é xingado e ameaçado pelos criminosos. “Eu estou trabalhando para a moça. Perdão, desculpa de verdade. Perdão, eu não olhei, estava olhando o caminho aqui, ‘meu chefe’, perdão”, se justifica a vítima, que pergunta se pode dar meia-volta. “Vai, some”, responde um dos traficantes. “Que absurdo isso”, desabafa o condutor com a passageira, depois que eles deixam o local.