TJ determina que Allan Turnowski, ex-secretário de Polícia Civil, retorne à prisão | Rio de Janeiro
Ex- secretário da Policia Civil, Allan Turnowski foi candidato a deputado federal, em 2022 – Arquivo / Agência O Dia
Ex- secretário da Policia Civil, Allan Turnowski foi candidato a deputado federal, em 2022Arquivo / Agência O Dia
Publicado 08/07/2025
Ex- secretário da Policia Civil, Allan Turnowski foi candidato a deputado federal, em 2022 – Arquivo / Agência O Dia
Ex- secretário da Policia Civil, Allan Turnowski foi candidato a deputado federal, em 2022Arquivo / Agência O Dia
Rio – O Tribunal de Justiça do Rio determinou que o ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski deve retornar ao sistema prisional. Em junho, cerca de um mês após ser detido, o delegado deixou a cadeia com base em uma liminar concedida pelo desembargador Marcius da Costa Ferreira. Nesta terça-feira (8), o colegiado da 7ª Câmara Criminal do Rio cassou a tutela provisória no julgamento de mérito.
Turnowski é réu por associação criminosa, acusado de receber propina e colaborar com contraventores do jogo do bicho. Ele foi preso inicialmente em setembro de 2022, em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ). A ação também teve como alvo o ex-delegado Maurício Demétrio, que já estava detido. À época, as investigações apontaram que o então secretário recebeu propina da contravenção e participou de um plano para matar o bicheiro Rogério Andrade.
Segundo o Gaeco, Turnowski atuava como agente duplo na disputa entre bicheiros e aproveitava seus vínculos com integrantes do grupo de Rogério de Andrade, como Ronnie Lessa, para repassar informações para Demétrio, em benefício da quadrilha liderada por Fernando Iggnácio. Os delegados ainda tratavam sobre recebimento de propina, vazamento de informações sobre investigações, meios de chegarem a cargos estratégicos na corporação e necessidade de se protegerem mutuamente da atuação de investigadores.
Na ocasião em que foi preso, o delegado era candidato a deputado federal pelo Partido Liberal (PL) e já havia sido afastado do cargo de secretário de Polícia Civil por conta das eleições daquele ano. A poucos dias do pleito, o ministro Nunes Marques concedeu liberdade a Turnowski e substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares. Antes, a Justiça já tinha negado três pedidos de habeas corpus apresentados pela defesa dele.
Em novembro do mesmo ano, o TJRJ aceitou a denúncia do MPRJ por obstrução de justiça, por ele atrapalhar as investigações contra uma organização criminosa que cobrava propina de comerciantes de Petrópolis, na Região Serrana, da qual o ex-delegado Maurício Demétrio foi preso acusado de ser líder. As investigações apontaram indícios de que a dupla adotava técnicas e rotinas cuidadosas para evitar o rastreamento de conversas de conteúdo sensível. Os diálogos foram encontrados no celular de Maurício Demétrio, mas o aparelho do ex-secretário nunca foi localizado.
O DIA tenta contato com a defesa de Turnowski, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para qualquer manifestação.