Testemunhas ouvidas pela polícia durante a investigação do assassinato de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 24 anos ,morta na última semana em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, relataram que a principal suspeita de ser a mandante do crime tinha uma obsessão pela filha da vítima. Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, de 22 anos, é madrasta da menina, que tem apenas quatro anos. Segundo depoimentos de amigos e familiares, Gabrielle demonstrava um comportamento possessivo em relação à criança e a obrigava a chamá-la de mãe. Uma das testemunhas contou ainda que Gabrielle chegou a ser proibida de buscar a menina na escola, após tentar retirá-la do colégio sem autorização dos pais. De acordo com a polícia, Gabrielle teria planejado o crime para obter a guarda da enteada.
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Durante a investigação, a polícia ouviu diversas testemunhas com vínculo familiar ou de amizade com Laís e Gabrielle. Todas relataram um comportamento obsessivo de Gabrielle em relação à menina de quatro anos. Uma amiga de Laís contou que, antes do relacionamento com Gabrielle, o ex-marido da vítima não demonstrava interesse em ver a filha. Depois que iniciou o relacionamento com Gabrielle, isso teria se tornado “uma obsessão para o casal”.
A avó da criança também compartilhou da mesma percepção. Em depoimento, ela disse que Gabrielle desenvolveu “uma fixação” pela filha da vítima e que queria sempre estar à frente de tudo relacionado à menina, “inclusive mais do que o próprio pai”. Segundo a avó, a própria criança contou que Gabrielle exigia que ela a chamasse de “mãe” e dizia ter duas mães: “mamãe Gabi e mamãe Laís”.
Outra testemunha, que teve um relacionamento com Laís, contou à polícia que a única pessoa com quem a vítima tinha problemas era Gabrielle, descrevendo-a como “muito controladora e querendo tomar conta de tudo”. Ele afirmou ainda que Gabrielle era possessiva com a menina e que sempre queria mostrar que podia “dar mais” do que a mãe biológica.
De acordo com os depoimentos, Gabrielle buscava controlar todos os aspectos da vida da criança. Em seu próprio depoimento, ela confirmou que ajudava a pagar a pensão e que chegou a deixar um cartão de crédito com Laís.
Os desentendimentos entre as duas também foram confirmados por outras testemunhas. O irmão de Laís relatou que a irmã recebia ameaças reiteradas de Gabrielle por meio de mensagens em redes sociais. Segundo ele, as desavenças estavam relacionadas à disputa pela guarda e pela convivência com a menina, filha do primeiro casamento de Laís. A guarda era compartilhada, e a criança passava os fins de semana na casa do pai e de Gabrielle.
O marido de Gabrielle também confirmou que ela tinha “desavenças” com a vítima. No entanto, afirmou que nunca ouviu da mulher qualquer “intenção de prejudicar Laís”. Ele também disse que as duas tratavam de assuntos relacionados à “guarda e visitação” da menina de quatro anos. No relato feito aos agentes, o homem disse que soube da morte de Laís depois que Gabrielle recebeu uma mensagem informando sobre o ocorrido. Ele negou qualquer envolvimento e afirmou que “não contratou, solicitou ou autorizou ninguém a causar qualquer mal à ex-companheira”.
Na segunda-feira, a polícia prendeu dois suspeitos de participação no crime: Erick Santos Maria, que dirigia a moto, e Davi de Souza Malto, autor dos disparos. Eles confessaram o crime na Delegacia de Homicídios. Kelly Silva de Souza, mãe de Davi, reconheceu o filho, que também havia contado a vizinhos que tinha matado alguém. Segundo a polícia, Gabrielle teria oferecido R$ 20 mil para que eles executassem a vítima.
Câmera registrou os últimos momentos
Uma câmera de segurança registrou os últimos momentos de vida de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 24 anos, morta enquanto caminhava com o filho em um carrinho pela Travessa Santa Vitória, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, na última terça-feira. As imagens mostram a jovem atravessando a rua com o bebê pouco antes de ser atingida por um disparo. O caçula, de 1 ano e 8 meses, que não foi atingido.
2025-11-12 06:00:00



