Tássia DhurDivulgação
Rio – Natural de São Luís (MA), Tássia Dhur é um dos destaques da segunda temporada da série policial “DNA do Crime”, da Netflix, que alcançou o posto de mais assistida no Brasil e figurou entre os títulos mais vistos no ranking global da plataforma de streaming. Na história, a atriz dá vida à Luana, uma garota de programa que atua como informante da polícia na fronteira entre Brasil e Paraguai.
A personagem circula por ambientes de risco, e tem contato direto com integrantes da chamada “Quadrilha Fantasma”. A prostituta não representa apenas um elo com a investigação policial, mas também simboliza as camadas de vulnerabilidade social e sobrevivência que atravessam a narrativa.
“A Luana sempre foi, para mim, uma personagem que vive na fronteira de tudo. Não só na fronteira física entre o Paraguai e o Brasil, mas também na fronteira entre razão e emoção, entre o certo e o errado, entre o legal e o ilegal. Ela transita por esses limites o tempo inteiro, porque vive num contexto muito duro, cercada por violência, crime e vulnerabilidade”, afirma.
Para construir Luana, a artista tentou entender as motivações da personagem. “Ela é uma mãe solo, tem um filho pequeno, e tudo que faz é para continuar viva e conseguir sustentar essa criança. Quando ela interage com o Benício, por exemplo, que é o personagem do Rômulo Braga, não quis levar essa relação para um lugar romântico. Não é sobre isso. É sobre alguém que, naquele momento, pode oferecer uma chance mínima de sobrevivência. Quando ela pede mais dinheiro, ou quando pede os brincos caros, não é vaidade. É desespero. É a necessidade urgente de prover, porque às vezes ela tem, às vezes ela não tem nada”.
A trajetória de Tássia no elenco da série teve início na primeira temporada, com uma participação pontual. A resposta positiva à personagem motivou o crescimento de Luana nos novos episódios. “Foi uma surpresa… Isso me marcou profundamente, porque é raro uma personagem com participação pequena crescer tanto na trama”, afirma. “Claro que sempre acreditei que poderia ocupar espaços maiores, mas é diferente quando isso realmente acontece, especialmente em uma série com alcance global”.
A atriz reconhece que o projeto teve peso decisivo em sua visibilidade. “Não gosto de usar a expressão ‘divisor de águas’ porque ela é muito batida, mas foi sim um marco importante na minha trajetória”, diz ela, que anda comenta: “Integrar o elenco de DNA do Crime foi uma experiência única. Com certeza foi o maior set de filmagem do qual já participei. Nunca tinha visto nada daquela dimensão. Eram três sets funcionando ao mesmo tempo, uma equipe gigante, tudo muito estruturado”.
Outros trabalhos
Além de “DNA do Crime”, a atriz também integra o elenco do longa-metragem “Serra das Almas” e “Aqueles Dias”, da Netflix. Tássia também é roteirista, diretora e fundadora da produtora Jaguatirica Filmes, e mantém o Maranhão como ponto de partida para as histórias que desenvolve.
“A Jaguatirica Filmes surgiu quando fiz meu primeiro curta. Na época, ainda não tinha uma produtora formalizada, mas logo depois ganhei um prêmio de desenvolvimento de roteiro com o longa que agora foi aprovado na Lei Paulo Gustavo”, conta. “Foi nesse momento que percebi a necessidade de ter uma estrutura para desenvolver minhas histórias. E mais do que isso: queria contar essas histórias a partir de São Luís”.
A escolha do nome da produtora carrega um significado simbólico. “A jaguatirica é a nossa onça brasileira, a única onça tipicamente brasileira. E é isso que eu quero imprimir nas histórias que produzo: originalidade, identidade e raiz”, explica Tássia.
Atualmente a artista finaliza o curta-metragem “Mercado Central”, que será lançado ainda em 2025. A obra, com forte protagonismo feminino, mergulha no gênero do terror fantástico. Paralelamente, ela inicia a pré-produção do primeiro longa como diretora. “Neste momento, estou prestes a lançar o curta Mercado Central, e também começando a pré-produção do meu primeiro longa-metragem, que será filmado ainda este ano. Estou animada para dar esse novo passo, sempre mantendo como ponto de partida minha cidade, minha cultura e as histórias que nascem desse chão”.
2025-07-06 05:00:00