Quem é o chefe do tráfico em Rondônia que controla área do CV na Muzema; anotações levaram a armas em mansões da Barra

Durante as investigações sobre fornecimento de drogas e armamentos para o Comando Vermelho (CV) que culminaram na ação realizada terça-feira (13) em quatro estados, a Polícia Civil identificou que Luiz Carlos Bandera Rodrigues, chefe do crime em Rondônia, controla o


Durante as investigações sobre fornecimento de drogas e armamentos para o Comando Vermelho (CV) que culminaram na ação realizada terça-feira (13) em quatro estados, a Polícia Civil identificou que Luiz Carlos Bandera Rodrigues, chefe do crime em Rondônia, controla o tráfico de drogas na Muzema, Zona Oeste do Rio, com a mudança para a cidade. Antes com o apelido Da Roça, no novo endereço passou a ser chamado de Zeus. O criminoso foi um dos alvos da ação, que faz parte da Operação Contenção, realizada pela 60ª DP (Campos Elísios), em conjunto com o Ministério Público do Rio. As planilhas em que organizava a compra de armamento e munições levaram a polícia a encontrar armas em uma mansão na Barra da Tijuca. Nesta quarta-feira, o Disque Denúncia divulgou um cartaz em que pede por informações sobre o paradeiro de Da Roça. Alvo de um dos 22 mandados de prisão preventiva, ele segue foragido.

  • Ação: Polícia Civil e MP do Rio prendem dez e aprendem 240 armas e 43 mil munições em operação contra Comando Vermelho
  • Terno, máscara realista e luvas: veja com agiu o acusado de furto cinematográfico em apart-hotel de luxo em Niterói; vídeo

Segundo as investigações, natural de Fortaleza, o criminoso se tornou um dos mais influentes chefes do tráfico de drogas. Em Rondônia, se estabeleceu no município de Vilhena. Ele foi preso em 2015 e dividiu a cadeia com o traficante Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, no Presídio Federal de Porto Velho.

Solto anos depois, Da Roça fugiu para o Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19. Ele passou meses refugiado no Complexo do Alemão, cresceu dentro do Comando Vermelho e assumiu o controle da Muzema, favela da Zona Oeste do Rio, que foi tomada de milicianos pela facção criminosa recentemente.

O levantamento de mensagens trocadas por Da Roça mostrou que o bandido era bem metódico. Ele planilhava todas as compras. Em fevereiro e março de 2023, quando a Muzema já era alvo de ataques do CV, o bandido comprou mais de R$ 5 milhões em armas e munição, como um fuzil .50 — capaz de derrubar um helicóptero — por R$ 240 mil. Na lista, ainda há dez fuzis. Além de detalhar data e valor, o traficante registrava o fornecedor.

Dinheiro e armas apreendidos na operação Contenção, em uma mansão da Barra da Tijuca, — Foto: Felipe Grinberg

Armas em mansões na Barra

A Polícia Civil, então, descobriu que Eduardo Bazzana, dono de uma loja de armas em São Paulo e presidente de um clube de tiro, fazia negócios com o traficante. Uma análise das movimentações financeiras de ambos, com dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), mostra que Da Roça ou pessoas ligadas a ele faziam transferências para as empresas de Bazzana, que foi preso na operação. O arquivo interceptado pela investigação mostra que o empresário recebeu R$ 1,6 milhão pela venda de carregadores e munição aos criminosos.

Para tentar ludibriar os órgãos de controle, muitos dos depósitos feitos pelos traficantes eram fracionados via Pix. No entanto, o Coaf constatou as movimentações atípicas. Um dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) sobre as transações de Bazanna flagrou que ele recebeu transferências de Bruno de Lemo Garcia, suspeito de ser laranja de Jhonnatha Schimitd Yanowich. Bruno também foi preso na terça-feira.

Imóveis de alto luxo nos condomínios Mansões e Novo Leblon, na Barra, que pertencem a Yanowich foram alvos de busca e apreensão. Lá foram encontrados 16 fuzis — sendo dois de calibres .30 de comércio restrito e outros com silenciadores —, 20 pistolas, dinheiro e documentos. Os agentes também apreenderam dois relógios de luxo avaliados em R$ 2,5 milhões. Em um deles, são pedras de diamantes que representam os números. Yanowich foi preso em São Paulo na noite anterior e denunciado por lavagem de dinheiro.

Segundo o Disque Denúncia, o criminoso também se tornou um elo entre os traficantes de Rondônia e do Rio, onde vem financiando e implantando a venda de drogas, roubo de veículos e cargas, tomada de imóveis, cobrança de taxas e serviços dos mais diversos tipos, como gás, internet e TV a cabo.

A influência de Da Roça ainda se estende ao Complexo da Penha ao ganhar confiança na cúpula da facção, entre nomes como Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, chefe do tráfico de drogas e um dos traficantes mais procurados do Rio.

Com anonimato garantido, a denúncia pode ser feita através dos seguintes canais de atendimento:

  • Central de atendimento/Call Center: (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177
  • WhatsApp Anonimizado: (21) 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa)
  • Aplicativo: Disque Denúncia RJ

Uma investigação da Polícia Civil sobre tráfico de drogas, armas e munição, que começou pela 60ª DP (Campos Elísios), sediada na Baixada Fluminense, foi deflagrada na terça-feira, em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, para o cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão em quatro estados.

Foram presos ainda dez suspeitos de abastecer os paióis do Comando Vermelho e lavar dinheiro do esquema criminoso. O inquérito começou com três prisões em flagrante no início de 2023. A investigação foi comandada pela delegada Patrícia Uana da Rocha Cambraia, titular da 60ª DP (Campos Elísios), distrital atacada por traficantes ano passado que tentavam resgatar um criminoso preso.



Conteúdo Original

2025-05-14 09:40:00

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE