Presos na Cidade de Deus participaram da morte de policial da Core, diz coronel do Bope | Rio de Janeiro

Operação Gardênia Azul Cidade de Deus, nesta quarta-feira (13). – Érica Martin/Agência O Dia Operação Gardênia Azul Cidade de Deus, nesta quarta-feira (13).Érica Martin/Agência O Dia Publicado 13/08/2025 17:31 Rio – Os presos na operação realizada nesta quarta-feira (13) na




Operação Gardênia Azul Cidade de Deus, nesta quarta-feira (13).Érica Martin/Agência O Dia

Rio – Os presos na operação realizada nesta quarta-feira (13) na Cidade de Deus e na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio, são suspeitos de envolvimento na morte do policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) José Antônio Lourenço Júnior. O grupo também teria participado de um ataque a agentes do 18º BPM na semana passada. As informações foram confirmadas pelo tenente-coronel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) Marcelo Corbagem.
O crime contra o agente da Core aconteceu em 19 de maio deste ano, na mesma região onde os suspeitos foram detidos quase três meses depois. Na ocasião, equipes da especializada prestavam apoio a uma operação da Delegacia do Consumidor (Decon) para fiscalizar a qualidade do gelo vendido nas praias da Barra da Tijuca e do Recreio.

José Antônio chegou a ser socorrido por colegas e levado em estado grave ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não resistiu. Ele foi alvejado na cabeça.

“Essa quadrilha é responsável por um grande número de roubos de carros na região, na Avenida Abelardo Bueno, na Avenida das Américas e na Curva Chico Anysio. Eles assassinaram covardemente o policial da Core, José Lourenço, e na semana passada balearam dois policiais do 18º BPM”, afirmou Corbagem.

Na ação desta quarta-feira, oito suspeitos foram presos, quatro morreram, um foi baleado e outros três menores de idade foram apreendidos. Entre os detidos estão dois seguranças de Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê. O criminoso é apontado como um dos responsáveis de liderar o crime na região, junto com o traficante BMW.

O ferido, identificado como Da Bahia, é apontado como responsável por roubos de carga na região e permanece sob custódia. Segundo a Polícia Civil, ele já foi indiciado 20 vezes pelo mesmo crime e teria participado de um assalto a carro contra uma procuradora da Justiça.

“Ao longo do dia, intensificamos o trabalho de investigação, em uma ação conjunta entre as instituições, para garantir uma operação precisa e objetiva, sem efeitos colaterais”, destacou Corbagem.

Equipes das polícias Militar e Civil permanecem na Cidade de Deus e na Gardênia Azul, pois há informações de que Matuê estaria ferido e escondido em uma área de mata. “Estamos no encalço do Matuê. A informação é que ele está ferido em uma área de difícil acesso, que inclui manguezal e é bastante extensa. Temos várias unidades policiais, incluindo o GAM e a Core, ampliando o raio de busca para localizar ele e os demais membros da quadrilha”, disse.

Política expansionista e estratégica

O delegado Álvaro Gomes, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), afirmou em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (13), que a região onde a operação ocorreu é estratégica para o Comando Vermelho.

“Ali é uma área que limita o fim de um trecho pantanoso e tem conexão com vias como a Linha Amarela e a Avenida Abelardo Bueno. Essa quadrilha também comete crimes ambientais, como o assoreamento do Rio Fundo para expandir território e ligar à Lagoa da Tijuca. É uma política expansionista clara da facção”, explicou.

Segundo Gomes, o plano do grupo é formar um grande complexo entre as comunidades da Chacrinha, Cidade de Deus e Gardênia Azul, liderado por criminosos conhecidos como Matuê e BMW.

O titular da Draco ressaltou que o Comando Vermelho atua hoje muito além do tráfico de drogas. “Eles são verdadeiros narcoterroristas. Usam o dinheiro do tráfico para investir em roubos de carros, cargas e na exploração de serviços como gás e internet, que antes eram dominados por milícias. Nosso objetivo é asfixiá-los financeiramente e prender líderes como o Da Bahia, cuja captura enfraquece as ações de roubo de veículos na região”, afirmou.

De acordo com o delegado, Da Bahia foi preso em flagrante por tentativa de homicídio contra policiais e tinha cinco mandados de prisão pendentes. No momento da ação, ele portava armamento pesado. “Foram apreendidos dois fuzis, três pistolas, granadas. Ninguém ali estava ‘de bobeira’. Todos estavam fortemente armados para defender o território”, disse Gomes, acrescentando que a facção segue com forte política expansionista e que a Polícia Civil e a Polícia Militar devem permanecer na área para impedir o avanço criminoso.



Conteúdo Original

2025-08-13 17:31:00

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