O incidente, registrado em vídeo, ocorreu na terça-feira (4), quando a mandatária se dirigia a pé para um evento público perto do palácio presidencial.
Enquanto Sheinbaum cumprimentava simpatizantes na rua, um homem se aproximou por trás, passou um braço sobre o ombro dela, tocou sua cintura e seu peito com as mãos e tentou beijá-la no pescoço. Confira:
BIZARRO: presidente de esquerda do México, Claudia Sheinbaum é assediada na rua e homem é preso!
“É algo que já passei como mulher, antes mesmo de ser presidente, quando jovem. Ele está preso! Ninguém pode violar a mulher. Ninguém!”, disse ela. pic.twitter.com/lnOqK2tpos
— Análise Política 2 (@analise2025) November 5, 2025
“Essa pessoa se aproximou totalmente alcoolizada, não sei se drogada […]. Só depois que vi os vídeos percebi o que realmente aconteceu”, reconheceu a presidenta nesta quarta-feira (5).
Depois de tocá-la, um guarda presidencial afastou o homem, enquanto ela, um tanto confusa, chegou a tirar uma foto com seu agressor. As autoridades de segurança informaram que ele identificado como Uriel Rivera, foi detido e colocado à disposição da Promotoria que investiga crimes sexuais.
A Presidência confirmou à AFP que Sheinbaum denunciou o indivíduo por “assédio”, um crime tipificado na capital e em cerca de 20 estados mexicanos que contempla aproximações obscenas, toques, bem como olhares e comentários desrespeitosos, que atentam contra a dignidade e causam sofrimento psicoemocional às vítimas.
Esta figura jurídica representa uma alternativa para punir os agressores e evitar que sejam absolvidos alegando que não existe uma agressão sexual, ao não haver intenção de cópula ou penetração.
“Minha reflexão é: se eu não apresento uma denúncia, em que condição ficam as outras mulheres mexicanas? Se fazem isso com a presidente, o que vai acontecer com todas as mulheres do nosso país?”, acrescentou a mandatária.
Sem consequências
Para Verónica Cruz, da organização feminista Las Libres, “essa é a realidade da maioria das mulheres. Todos os dias elas vivem essa situação de assédio, de hostilidade”.
“O problema é o caráter simbólico de ter acontecido até com a presidente da República”, disse à AFP.
Esse agressor “é o símbolo dos homens que assediam nas ruas, que acreditam que podem tocar o corpo das mulheres sem nenhuma repreensão, sem nenhuma sanção, sem nenhuma consequência”, acrescentou, e ressaltou que a maioria das vítimas se sente indefesa após a agressão, sem saber como ou onde denunciar, ou com medo e vergonha de ser revitimizada.
A denúncia da mandatária foi apresentada ao Ministério Público da Cidade do México, um dos distritos do país que criminaliza o assédio sexual.
Sheinbaum assegurou ainda que buscará impulsionar uma lei para que os 32 estados que compõem o México penalizem esse tipo de conduta.
Com informações da AFP.
2025-11-06 07:45:00



