José Antônio Lourenço, policial civil da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) morto em operação na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio nesta segunda-feira, é o terceiro agente da equipe a ser atingido num período de dois meses.
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Em 20 de março deste ano, o copiloto Felipe Marques Monteiro foi baleado na cabeça durante uma operação na Vila Aliança, na Zona Oeste: ele foi atingido a bordo de um helicóptero da corporação e passou por cirurgia. Depois de ser operado no Hospital Miguel Couto, foi transferido para um hospital particular em Copacabana. Já em 30 de março, João Pedro Marquini, marido da juíza Tula Correa de Mello, foi baleado e morto enquanto passava pela Serra da Grota Funda, também na Zona Oeste.
‘Ritual’ enquanto era subsecretário
O agente morto nesta segunda, descrito como uma pessoa alegre e brincalhona por colegas, foi subsecretário de Operações da Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop), entre fevereiro de 2022 e maio de 2023, momento em que se licenciou da Core.
Durante seu período na pasta da prefeitura, José Antônio ganhou os noticiários ao fazer um “ritual motivacional”. Em agosto de 2022, um vídeo obtido pelo GLOBO mostrava dez pessoas em círculo enquanto o subsecretário fazia uma espécie de oração. Um dos integrantes segurava uma caneca de vidro com um líquido amarelado, que levou à boca em alguns momentos.

Policial da Core participou de ‘ritual motivacional’ em base da Seop
Ao final, o subsecretário chegou a detonar um artefato, semelhante a uma bomba de gás lacrimogêneo, que produziu uma explosão e muita fumaça. Na ocasião, a Seop informou que não houve irregularidades, uma vez que “a ação foi realizada de forma voluntária pelos agentes e não houve nenhuma ilegalidade ou excesso na ação.”
Com a notícia de sua morte, a Seop divulgou uma nota de pesar, em que “lamenta profundamente o falecimento” do agente e expressou seus “sinceros sentimentos à família e amigos”.
2025-05-19 13:00:00