A Polícia Civil prendeu mais uma pessoa suspeita de ter participação na morte de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 24 anos, assassinada no dia 4 de novembro, em Sepetiba, na Zona Oeste da capital. Nesta quinta-feira, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital prenderam Jennyfer Lima da Silva, de 27 anos, suspeita de atuar diretamente no recrutamento de um dos executores do crime, funcionando como elo entre o atirador Davi de Souza Malto e o piloto da moto, Érick Santos Maria. De acordo com as investigações, foi ela quem indicou o namorado, Érick, como apoio logístico do assassinato. Ela teria repassado o contato dele e viabilizado a comunicação entre os executores.
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Segundo a polícia, Jennyfer tinha conhecimentos de detalhes do planejamento da morte de Laís e acompanhou os desdobramentos antes e depois do crime, mantendo contato com os executores.
As investigações apontam que o crime foi encomendado por Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, de 22 anos. Ela se entregou na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, no mês passado. A motivação do crime, segundo a especializada, seria a disputa de guarda da enteada, razão de desavenças com Laís.
Durante a investigação do crime, a polícia ouviu várias testemunhas que conheciam Laís e Gabrielle. O irmão de Laís contou que a vítima recebia ameaças reiteradas de Gabrielle por meio de mensagens em redes sociais. De acordo com ele, as desavenças entre as duas tinham relação com a disputa pela guarda e pela convivência com a menina, filha do primeiro casamento de Laís. A guarda era compartilhada, e a criança passava os fins de semana na casa do pai e de Gabrielle.
A própria Gabrielle prestou depoimento à polícia e confirmou ser casada com o ex-marido de Laís desde 2022, sendo também a responsável por pagar a pensão da menina. O pai da criança e atual marido de Gabrielle disse que nunca ouviu da esposa qualquer intenção de prejudicar a ex-mulher.
Outra testemunha, que teve um relacionamento com Laís, contou à polícia que a única pessoa com quem a vítima tinha problemas era Gabrielle e que ela era “muito controladora e queria tomar conta de tudo”. Ele também afirmou que Gabrielle é possessiva com a menina e que sempre “quer mostrar” que pode “dar mais” do que a mãe dela.
Uma amiga de Laís relatou que, antes do relacionamento com Gabrielle, o ex-marido de Laís nem fazia questão de ver a filha. Depois do início do relacionamento, isso teria se tornado “uma obsessão para o casal”. A avó da menina disse que Gabrielle criou “uma fixação” pela filha da vítima e que ela queria sempre estar à frente de tudo em relação à criança, “inclusive mais do que o próprio pai”, contou em depoimento. Segundo a avó, a própria menina disse que Gabrielle exigia que ela a chamasse de “mãe”. Segundo a mulher, a menina dizia que tinha duas mães: “mamãe Gabi e mamãe Lais”.
Erick Santos Maria, que dirigia a moto, e Davi de Souza Malto, autor dos disparos, já estavam presos. Eles confessaram o crime na Delegacia de Homicídios. Kelly Silva de Souza, mãe de Davi, reconheceu o filho, que também havia contado a vizinhos que havia matado alguém. Segundo a polícia, Gabrielle teria oferecido R$ 20 mil para que eles executassem a vítima.
2025-12-04 16:37:00



