A Polícia Militar prendeu, nesta quinta-feira (21), uma mulher integrante de uma quadrilha investigada por roubos em farmácias na Zona Oeste do Rio. De acordo com a corporação, agentes do 18º Batalhão (Jacarepaguá) foram acionados, nesta madrugada, para impedir uma tentativa de roubo a um estabelecimento do gênero na Rua Luiz Beltrão, em Vila Valqueire. Na ação, um homem também foi detido, enquanto outro que portava um simulacro de arma de fogo foi atingido e levado para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, onde já chegou morto.
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Um carro, uma arma de choque elétrico e um simulacro foram apreendidos. O caso foi registrado na 28ª DP. A PM informa que, na delegacia, foi constatado que os envolvidos integram uma quadrilha responsável por roubos diversos e que exibe significativas quantias em dinheiro nas redes sociais.
No dia 31 de julho, outra integrante da quadrilha, identificada como Mirella Teixeira da Silva Vieira, foi presa por agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) enquanto furtava uma farmácia na Avenida das Américas. A Polícia Civil investiga se ela faz parte de uma quadrilha que tem atuado na região ou se atuou sozinha no roubo.
De acordo com uma testemunha, ela chegou a dar um choque no pescoço do segurança da farmácia usando um taser.
A mulher foi autuada em flagrante por roubo no interior de estabelecimento comercial. O caso foi encaminhado à Justiça.
Rotina de roubos a farmácias
A Polícia Civil investiga uma quadrilha formada por mulheres que cometem roubos em farmácias da Zona Oeste do Rio. O grupo atua durante a noite. Ao entrar nos estabelecimentos, ameaça funcionários com taser (arma de choque, geralmente usada para defesa pessoal) e estiletes. As suspeitas já estão sendo monitoradas.
A polícia identificou diferentes perfis nas redes sociais em que elas exibem as mercadorias furtadas e ostentam o dinheiro obtido com os crimes. Sem qualquer cerimônia, elas compartilham vídeos em que filmam a entrada das farmácias, divulgam a localização e fazem piadas com os furtos. Em uma das gravações, aparecem chegando ao estabelecimento, rindo, e dizem: “É ladra, vai roubar. Ela é ladrona, não está comprando nada”. Ao se aproximarem, ainda debocham de uma funcionária: “Olha lá, a mulher já olhando”. Pouco depois, postam o resultado do furto: uma sacola cheia de produtos.
Polícia investiga quadrilha de mulheres por furto em farmácias do Rio
Uma farmácia na Barra da Tijuca já foi alvo do grupo criminoso cinco vezes. De acordo com uma funcionária, que preferiu não se identificar, os principais produtos roubados são os dermocosméticos. Em uma única noite de furtos, o prejuízo chegou a R$ 25 mil, segundo ela:
— Todo mundo já conhece o grupo. Elas entram e vão direto para a prateleira dos dermocosméticos. Pegam uma bolsa plástica grande e começam a colocar os produtos dentro. Quem tenta impedir, elas ameaçam com estilete, faca ou taser. Está todo mundo com medo.
A funcionária conta que todo mundo que trabalha na região já conhece o rosto das integrantes da quadrilha, entre elas, algumas mulheres trans. Ainda segundo a testemunha, o grupo também costuma furtar vitaminas, fraldas e desodorantes. Segundo a polícia, elas escolhem produtos que são fáceis de revender.
— Antes, havia outra gangue que ia direto para a geladeira, onde ficam os medicamentos mais caros, mas isso já parou por aqui. Já ouvi relatos de que eles agiam até armados. Agora está diferente — afirmou ela.
Comerciantes criam estratégia evitar crime
Trabalhadores de farmácias na Barra, no Recreio e em Vargem Grande notaram a atuação da quadrilha há alguns meses. A recorrência dos crimes levou as redes de drogarias a criarem canais de comunicação entre unidades, para alertar sobre a movimentação das suspeitas.
— Um dia percebemos que elas estavam passando e observando a farmácia. Avisamos imediatamente no nosso grupo a direção que seguiram. A outra unidade até fechou as portas para evitar o roubo. Todo mundo que trabalha de noite morre de medo — acrescentou a funcionária.
Em razão da frequência dos furtos, investigadores estabeleceram contato com gerentes de farmácias da região para coletar informações e auxiliar na identificação das suspeitas. A investigação está em andamento.
A polícia também monitora as diversas redes sociais em que as mulheres postam sobre os furtos. Em um vídeo publicado em um desses perfis, uma das suspeitas mostra um taser e escreve: “O mal está na rua”. Em outra publicação, escreveram “Minha segunda casa” ao postarem a foto da entrada de uma das farmácias assaltadas.
2025-08-21 19:59:00