Polícia mira esquema de exploração de jogos de azar online que movimentou R$130 milhões | Rio de Janeiro

Agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão no Rio e na Baixada Fluminense – Reprodução Agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão no Rio e na Baixada FluminenseReprodução Publicado 16/10/2025 08:30 | Atualizado 16/10/2025 08:37 Rio – A




Agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão no Rio e na Baixada FluminenseReprodução

Rio – A Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) mira, nesta quinta-feira (16), uma quadrilha envolvida na exploração de jogos de azar online. Em apenas três anos, o esquema movimentou mais de R$ 130 milhões. A Operação Banca Suja cumpre dois mandados de busca e apreensão na cidade do Rio, 12 em Duque de Caxias e um em Belford Roxo, ambos na Baixada Fluminense. A organização criminosa tem ligações com a “máfia do cigarro” e o PCC. 

As investigações apontaram um esquema sofisticado de exploração de jogos de azar online e fraudes contra apostadores. Para dissimular os valores ilícitos, o grupo usava empresas de fachada, transferências fracionadas e operações simuladas, espalhando as transações por diversas contas e ramos de atividade. Os investigados tiveram R$ 65 milhões bloqueados de contas bancárias e o sequestro de oito carros, avaliados em R$ 2,2 milhões.

“Identificamos empresas que, aparentemente, atuam como de fachada, mas que movimentaram milhões de reais em um período muito curto — de seis meses a um ano — na tentativa de conferir aparência de legalidade às suas operações. Essas empresas se inserem no mercado formal, realizando transações financeiras de volume extremamente elevado e inflado por recursos provenientes de atividades criminosas, o que distorce a concorrência e prejudica o mercado legítimo”, explicou o delegado da DCOC-LD, Renan Mello. 

A especializada também identificou que, além dos crimes financeiros, os alvos são suspeitos de ordenar homicídios de desafetos e concorrentes, como forma de manter o controle sobre territórios e negócios ilegais. A quadrilha tem fortes ligações com estruturas criminosas de grande porte da Baixada Fluminense, como a “máfia do cigarro”, responsável por redes de contrabando, corrupção e financiamento de atividades ilícitas.

O contraventor Adilson Coutinho Oliveira Filho, patrono da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, é apontado como líder da máfia. Em março deste ano, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra comércio ilegal de cigarros e, em maio, 22 trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão precisaram ser resgatados de uma fábrica clandestina de cigarros, que teria elo com Adilsinho. Ele está foragido. 

Na ação desta quinta, a DCOC descobriu participação de sócios ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), por meio de empresas que vendem filtros de cigarro e recebiam transferências de pessoas jurídicas vinculadas ao grupo principal. A Operação Banca Suja tem o objetivo de interromper fluxos financeiros ilícitos, proteger consumidores de fraudes, impedir a reciclagem de capitais criminosos e recuperar ativos para o Estado, atingindo o financiamento de facções e redes criminosas da na Baixada Fluminense e da capital.

“Empresas que operam dentro da legalidade acabam dividindo o mesmo espaço competitivo com estruturas que atuam simultaneamente na legalidade e na ilegalidade, tornando-se prejudicadas por esse desequilíbrio. Essa é uma das pegadas importantes da investigação. Ao seguir o dinheiro, atacar os fluxos financeiros e descapitalizar estruturas criminosas, a Polícia Civil vai além da repressão direta e enfraquece os alicerces econômicos que sustentam facções e redes organizadas”, afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.



Conteúdo Original

2025-10-16 08:30:00

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