Moradores do centro de São Paulo relataram nas redes sociais uma nova movimentação de grupos de dependentes químicos na madrugada desta quarta-feira, horas após a região da Rua dos Protestantes, na Santa Ifigênia — último epicentro conhecido da chamada Cracolândia — amanhecer sem sinais visíveis de venda ou consumo de drogas.
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Segundo os relatos, por volta das 22h, usuários começaram a circular nas imediações da praça Marechal Deodoro, onde teriam tentado formar um novo ponto de concentração. A movimentação foi acompanhada por viaturas da Polícia Militar, que teriam impedido a instalação do grupo na região.
Depois, uma nova tentativa de se instalar na esquina da Avenida São João com a alameda Nothmann, sob o viaduto Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão, foi flagrada por moradores.
A movimentação ocorre no mesmo dia em que a Cracolândia apresentou um cenário atípico de esvaziamento. A ausência de usuários e traficantes na rua dos Protestantes levantou especulações sobre uma possível operação de dispersão ou migração forçada do fluxo, que há anos se desloca por diferentes pontos da região central da capital paulista.
A Rua dos Protestantes começou a ser desocupada na sexta-feira, a partir de uma operação conjunta da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que ontem tinha agentes cercando a via. Na segunda-feira, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem como uma das metas revitalizar o Centro, afirmou que “a cracolândia vai acabar”. Um dia depois, Nunes disse que o problema não está resolvido e parte dos usuários pode ter migrado para outras áreas.
— Para onde eles forem, vamos no encalço — afirmou o prefeito.
A TV Globo também registrou novas aglomerações na Vila Maria (Zona Norte), na Estação Bresser-Mooca do metrô (no início da Zona Leste) e no Largo de Santo Amaro (na Zona Sul). Mudanças do fluxo de usuários são comuns, mas eles geralmente eram dentro do Centro. Ontem, em várias ruas dos bairros Campos Elíseos e Luz, não havia grandes concentrações de dependentes.
Alguns guardas municipais que atuam na região informaram que há uma tendência de movimento de pessoas próximo ao conjunto residencial Parque do Gato, que abriga um pequena favela ao lado. Na região, perto da Marginal Tietê, havia grupos isolados de duas ou três pessoas com cachimbos de crack na tarde de ontem.
2025-05-14 08:08:00



