Uma operação do Ministério Público e da Polícia Militar de São Paulo apreendeu mais de 100 armas em um sítio localizado em São Roque, no interior paulista, nesta sexta-feira (22). O local também funcionava como uma fábrica clandestina de munições.
Segundo informações do MP, o responsável pelo local seria um investigado que possuía um certificado de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador, o chamado CAC. Ele usava essa condição para justificar o armazenamento de armamentos, mas diversas armas em situação irregular foram encontradas no endereço, assim como maquinários para a produção irregular de munições.
Ao todo foram 111 armas de fogo encontradas no local, segundo a Polícia Militar, sendo 21 pistolas, 12 revólveres, quatro garruchas, uma submetralhadora, quatro armas não identificadas e 66 armas longas. Também foram localizadas milhares de munições irregulares.
A investigação ainda tenta entender se existe uma vinculação do suspeito com facções criminosas. Até o momento, ninguém foi preso. O caso segue em andamento e foi registrada na Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba.
Outra fábrica de armas clandestina
Na quarta-feira, uma fábrica irregular de fuzis foi encontrada pela Polícia Federal e a Polícia Militar de São Paulo na cidade de Santa Bárbara D’Oeste, também no interior paulista. Segundo o delegado chefe da PF em Campinas, Edson Geraldo de Souza, o local funcionava com um sistema “inédito” e tinha equipamentos caros e de alta precisão para a produção do armamento. Na ação, os policiais apreenderam 40 fuzis.
— Eles usavam um sistema de usinagem, que permite a utilização de materiais mais duros e resistentes que em uma impressora 3D. É inédito — diz o delegado Edson Geraldo de Souza — Obviamente, uma empreitada dessa, com tantos equipamentos de precisão, não é barata.
Para fabricar fuzis como os encontrados pelos policiais militares são necessários conhecimentos de tornearia e engenharia de materiais, diz o delegado. Ele afirma ainda que a dupla presa em flagrante, identificada como Janderson Azevedo e Anderson Gomes, não tem antecedentes:
— Sem passagens, eles são primários. Atuavam juntos há seis meses e tinham sido contratados por uma terceira pessoa ainda não identificada — diz o delegado, que acrescenta — As armas são para o fornecimento de facções. Inclusive, de outros estados.
Os fuzis apreendidos passarão ainda por perícia. Com o resultado, os investigadores pretendem verificar a qualidade dos materiais usados na fabricação das armas e identificar se fuzis feitos no local já foram apreendidos pela polícia em outras ocorrências.
2025-08-22 15:16:00