A família de Gabriel dos Santos Vieira, de 17 anos, ainda busca respostas sobre o crime ocorrido na noite de quarta-feira. O jovem estava a caminho do trabalho quando, na altura do Engenho da Rainha, foi atingido por cinco disparos e morreu no local. A tragédia, que abalou familiares e amigos, continua cercada por mistério. Enquanto a polícia afirma que a morte ocorreu durante uma troca de tiros com suspeitos, os parentes contestam e dizem ter ouvido testemunhas que apontam os policiais como autores dos disparos contra a moto em que o jovem estava. Entenda o que diz cada versão.
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A Polícia Militar informou que ouviu os agentes envolvidos na ocorrência. Segundo o relato, uma equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão realizava patrulhamento na Estrada Adhemar Bebiano, no Engenho da Rainha, quando abordou um veículo suspeito.
De acordo com os policiais, os ocupantes do carro teriam atirado contra a equipe, o que iniciou um confronto. Durante o tiroteio, os suspeitos teriam acelerado e conseguido fugir. Só após a fuga, os agentes teriam percebido que dois homens que passavam de moto pelo local haviam sido atingidos.
Gabriel dos Santos Vieira, de 17 anos, morreu na hora. O piloto da moto foi socorrido e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Parentes de Gabriel afirmam que testemunhas relataram outra dinâmica dos fatos. Segundo a tia do adolescente, Sara Rodrigues, moradores da região disseram que não houve perseguição, e que os policiais teriam atirado diretamente contra a motocicleta.
— Muitos moradores disseram que não teve perseguição nenhuma. Eles falam que os policiais atiraram para cima deles. Acredito que acharam que a moto tinha alguma relação com esse veículo suspeito — contou Sara.
Segundo a família, Gabriel foi atingido por cinco tiros. O sepultamento do jovem está marcado para esta sexta-feira.
Piloto também foi baleado
O motorista de aplicativo que aceitou a corrida de Vieira foi Vanderson Ferreira Nascimento Pinto, de 40 anos. Ao g1, um familiar contou que o homem foi baleado três vezes. Alexander Rocha, afilhado da vítima, afirmou que ele trabalhava como motorista de aplicativo para complementar a renda da família.
“Ele foi atingido por três tiros de fuzil 5.56. Assim que ele foi baleado, o meu padrinho mandou me ligar. Fui o primeiro a chegar lá, e ele estava deitado, dizendo: ‘Por que isso aconteceu comigo?”, relatou ao g1.
Em nota, a PM afirmou que os policiais usavam câmeras de uso individual e que o comando da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do fato. A corporação afirmou que todas as imagens disponíveis serão analisadas no curso do procedimento apuratório.
A ocorrência está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital. A PM informou que as armas dos agentes já foram encaminhadas à delegacia e estão à disposição da perícia. Em nota, a Polícia Civil afirmou que diligências estão em andamento para apurar todos os fatos.
2025-05-02 11:20:00