A Polícia Civil do Ceará deflagrou, na manhã desta quinta-feira, uma operação contra a facção criminosa Comando Vermelho. As ações, que se concentraram na Região Metropolitana de Fortaleza, resultaram na prisão de 39 pessoas, entre elas, um dos chefes da organização, preso em Maranguape. De acordo com a Polícia Civil, ele recebia ordens de um integrante da cúpula que comandava as ações da facção utilizando aparelhos celulares de dentro de um presídio no Rio de Janeiro.
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Dos 39 presos, 13 já estavam no sistema prisional e 25 foram capturados. Outro suspeito detido na operação não tinha mandado de prisão em seu nome, mas foi preso em flagrante com materiais ilícitos: uma pistola e 45 aparelhos celulares.
O chefe da facção detido em Maranguape, que não teve a identidade divulgada, havia deixado o sistema prisional há dois dias, após cumprir pena por outro crime, e foi recapturado por envolvimento com a organização criminosa.
Segundo a Polícia Civil, o detido seguia ordens diretas de um criminoso que comandava as ações do grupo de dentro de um presídio no Rio de Janeiro, com acesso a aparelhos celulares. Esse integrante da cúpula havia sido capturado em 2023, em um apartamento alugado em Copacabana, durante uma ação conjunta entre as polícias do Ceará e do Rio. Ele foi transferido para o Ceará nesta quinta-feira, como parte da nova fase da operação.
— Durante as investigações, identificamos que ele tinha acesso a diversos aparelhos celulares mesmo dentro do presídio no Rio. Ele comandava ações criminosas aqui no Ceará, o que motivou o pedido de recambiamento — afirmou o diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), delegado Ricardo Pinheiro, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
O delegado acrescentou que, durante uma fase da operação no Rio, foram encontrados dez celulares na cela do preso. Segundo ele, a transferência para o Ceará foi solicitada para que o detento possa ser monitorado mais de perto pelas autoridades locais. O delegado ainda informou que Polícia Civil pretende solicitar sua permanência em um presídio de segurança máxima.
Durante a operação, também foram cumpridos 69 mandados de busca e apreensão, que resultaram na apreensão de três veículos suspeitos de serem utilizados em ações criminosas, uma pistola e 40 aparelhos celulares, que serão analisados para aprofundar as investigações. Além disso, cerca de R$ 12 milhões foram bloqueados em contas bancárias dos investigados, com valores de até R$ 250 mil por pessoa.
Em nota enviada ao GLOBO, a Polícia Civil do Ceará informou que as diligências “seguem em andamento, com o objetivo de localizar outros alvos e aprofundar o desmantelamento da facção criminosa no estado”.
* estagiário sob supervisão de Daniela Dariano
2025-09-05 16:36:00