A Polícia de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (3) um homem apontado como “um dos principais fornecedores de insumos usados na falsificação de bebidas alcoólicas”. Localizado no Jardim Carumbé, na zona norte da capital, ele utilizava dois imóveis para armazenar o material, segundo investigadores da 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furto de Veículos (Divecar).
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o suspeito comercializava garrafas, tampas, rótulos, caixas para embalagens e até selos falsificados de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), usados para simular originalidade. Ele já havia sido autuado anteriormente por crimes contra a propriedade industrial e contra as relações de consumo.
A investigação aponta que o material fornecido abastecia falsificadores em diversas regiões do estado, sobretudo no interior. “O suspeito montou uma rede para comprar garrafas de bebidas alcoólicas, que eram lavadas e reutilizadas. Depois, recebiam rótulos falsos, tampas, selos de autenticidade e caixas. As investigações para identificar outros envolvidos no esquema, como gráficas que produzem os rótulos, fabricantes de tampas e responsáveis pelo envasamento, prosseguem”, afirmou a SSP.
A ação resultou na apreensão de mais de duas mil garrafas de gin de diferentes marcas, além de notas fiscais irregulares e da chave do caminhão usado no transporte da carga. A perícia recolheu amostras que foram lacradas e encaminhadas ao Instituto de Criminalística (IC) para verificar possível adulteração.
Na quinta-feira (2), uma comerciante de 47 anos também foi presa com mais de duas mil garrafas de gin sem nota fiscal, no Jardim Rodolfo Pirani, zona leste da capital. Durante a abordagem, ela apresentou um documento falso. O caso foi registrado no 49º Distrito Policial de São Mateus como falsidade ideológica, apreensão de veículo e de carga de bebidas.
Em meio à onda de intoxicações por metanol em bebidas adulteradas, as forças de segurança intensificaram operações em todo o estado para identificar a origem do solvente encontrado em produtos distribuídos na capital e na Grande São Paulo.
As ações da Polícia Civil já resultaram na apreensão de mais de mil garrafas para análise. Na quinta-feira (2), foram encontrados 1,8 mil lacres falsos na capital e 162 garrafas de uísque com rótulos falsificados em Dobrada, na região de Araraquara. Em Jundiaí, policiais fecharam uma fábrica clandestina que funcionava em um imóvel residencial. Em Americana, outra fábrica foi interditada na terça-feira (30), com 17,7 mil garrafas. Já em Barueri, um lote de 128 mil garrafas foi lacrado na quarta-feira (1º) por falta de documentação.
Apesar das operações, a polícia ainda não identificou o fornecedor das bebidas adulteradas. Uma das linhas de investigação é que a contaminação possa ter ocorrido durante o processo de lavagem de garrafas vazias em fábricas clandestinas.
Casos suspeitos também foram registrados em outros estados, como Bahia, Pernambuco, Paraná e no Distrito Federal.
2025-10-03 15:58:00