A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão da ex-companheira da professora de matemática Fernanda Bonin, de 42 anos, encontrada morta com sinais de estrangulamento por cadarço em 28 de abril em uma mata perto do Autódromo de Interlagos, na Zona Sul da cidade.
A veterinária Fernanda Fazio, que também é mãe dos dois filhos dela, teria encomendado a morte da ex-companheira por ciúmes, segundo as investigações.
De acordo com a polícia, a professora estava em um relacionamento com um homem, e havia recebido um convite para trabalhar na Alemanha. Sua ex-companheira, então, decidiu antecipar o plano antes que ela se mudasse para outro país.
Fernanda Fazio foi ouvida duas vezes pelos policiais. Disse que havia ligado para a ex-mulher no dia do crime pedindo ajuda, pois seu carro havia quebrado com ela e as três crianças junto. Fernanda Bonin aparece em imagens de câmeras de vigilância deixando seu prédio à caminho da ex-mulher. Depois disso, nunca mais foi vista.
Ainda segundo Fernanda Fazio, meia hora depois seu veículo voltou a funcionar e ela deixou o local. A perícia, entretanto, concluiu que o veículo nunca teve falhas mecânicas.
A ex-mulher teria encomendado o assassinato a um conhecido. A Polícia Civil também pediu a prisão de outras duas pessoas, consideradas executoras do crime. Uma delas já está presa, e confessou ter participação. Em sua casa, foi encontrada uma coleção de cadarços.
O corpo de Fernanda foi encontrado com sinais de estrangulamento. Ela saiu de casa, no bairro do Jaguaré, por volta das 19h da véspera, após receber uma ligação da ex-esposa pedindo ajuda com um carro quebrado.
A polícia inicialmente classificou o caso como latrocínio (roubo seguido de morte), mas passou a investigar a hipótese de homicídio contra a professora.
As duas foram casadas por oito anos. Elas tinham dois filhos e, segundo o relato de Fernanda Fazio à polícia, estavam separadas e em processo de reconciliação.
A professora foi filmada saindo do edifício onde morava, mas nunca chegou à Avenida Jaguaré, onde a ex-companheira afirmava precisar de ajuda com o carro quebrado. Fernanda Fazio disse para a polícia que o carro teria voltado a funcionar e que reportou o sumiço da professora no dia seguinte, após a vítima não comparecer ao trabalho.
O carro de Fernanda Bonin foi encontrado abandonado dias depois, no sábado (3), a poucos quarteirões de onde foi achado seu corpo. Havia dentro dele uma faca e um celular. A faca pode ter sido usada para ameaçá-la, mas não foi o objeto que provocou a morte.
Os investigadores tiveram acesso também a imagens de câmeras de vigilância que mostram um casal saindo do carro da professora no dia do desaparecimento da vítima. A identidade das duas pessoas, até o momento, é desconhecida.
A vítima lecionava matemática da Beacon School há três anos, uma escola particular bilíngue com unidades em Alto de Pinheiros e na Vila Leopoldina e mensalidades que ultrapassam os R$ 7 mil. Ela era formada em matemática na Universidade de São Paulo (USP).
2025-05-09 08:16:00