Polícia Civil prende cinco em megaoperação contra furtos de cabos | Rio de Janeiro

Além dos presos, agentes da DRF cumprem 46 mandados de prisão no Rio e em São Paulo – Divulgação/Polícia Civil Além dos presos, agentes da DRF cumprem 46 mandados de prisão no Rio e em São PauloDivulgação/Polícia Civil Publicado 24/04/2025



Além dos presos, agentes da DRF cumprem 46 mandados de prisão no Rio e em São PauloDivulgação/Polícia Civil

Rio – Uma megaoperação contra uma quadrilha especializada em furtos de cabos subterrâneos de concessionárias de serviços públicos prendeu cinco pessoas, nesta quinta-feira (24). A ação é realizada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), com apoio da Polícia Civil do Paraná. Os agentes também cumprem 46 mandados de busca e apreensão nas casas de alvos, em sete ferros-velhos e metalúrgicas do Rio e São Paulo. 

Os cinco mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra integrantes da organização criminosa, inclusive da cúpula, e houve bloqueio de até R$ 200 milhões em contas bancárias e ativos financeiros, além do sequestro e indisponibilidade de bens e imóveis. A Polícia Civil não informou os locais de busca e apreensão, mas moradores relataram intenso confronto no Morro do Andaraí e no Fallet Fogueteiro, ambos na Zona Norte, onde equipes atuam. 

Por conta da tensão na região, a Secretaria Municipal de Educação informou que na comunidade do Fallet, duas unidades escolares foram impactadas, e no Morro do Fogueteiro, duas escolas foram afetadas. Além disso, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, duas unidades, entre clínicas da família e centros municipais de saúde, suspenderam as atividades externas, como as visitas domiciliares. 

A ação deu início à segunda fase da Operação Caminhos do Cobre, que começou em 2022, para combater furtos de cabos e outros materiais metálicos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro. O trabalho revelou uma cadeia estruturada de escoamento dos bens furtados, que levou ao rastreamento da receptação em ferros-velhos. As investigações resultaram na denúncia de 22 integrantes do grupo. 

Os agentes descobriram que o esquema é baseado no furto de cabos de telecomunicações e energia elétrica, com recolhimento do material por empresas de reciclagem ligadas aos próprios líderes da organização e lavagem dos lucros ilícitos por meio de transações bancárias fracionadas, compra de veículos de luxo, emissão de notas fiscais falsas e simulação de contratos com empresas reais.

Segundo a DRF, a quadrilha atuava realizando fraude documental, disfarce operacional e contava com vigilância armada. Os furtos ocorriam durante a madrugada, com batedores ligados ao tráfico de drogas armados em motocicletas, garantindo a fuga e proteção dos envolvidos. Os criminosos amarravam os cabos a caminhões, puxando-os com força, causando danos estruturais severos às estações subterrâneas.

Os cabos eram então transportados para galpões e ferros-velhos em Queimados, na Baixada Fluminense, no Morro do Fallet, no Rio Comprido, Zona Norte, e no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Todos os estabelecimentos eram dos líderes da organização, em territórios dominados por facções criminosas. O grupo dividia o percentual do faturamento com os traficantes locais, garantindo a proteção do território.

Ainda de acordo com a especializada, nos depósitos os cabos eram decapados, fracionados e queimados para eliminar vestígios de origem e revendidos a ferros-velhos e metalúrgicas no Rio de Janeiro e, principalmente, em São Paulo, com apoio de intermediadores. Parte dos pagamentos era feita com veículos de luxo e outra era lavada por empresas ligadas ao núcleo de comando, nos ramos de alimentos e comunicação, com emissão de notas fiscais falsas, anúncios e propaganda de clientes fictícios.

As investigações apontaram ainda que o líder do grupo era o elo com o tráfico do Fallet e atuava como contador da facção, controlando repasses, fluxo financeiro e lavagem de dinheiro por empresas reais. Ele foi preso pela Polícia Civil do Paraná, por também ser a ligação entre fornecedores de drogas paranaenses e traficantes do Rio.

A mulher dele assumiu a liderança após a prisão, comandando pagamentos, lavagem, contratos simulados e gerenciamento de empresas. Outros integrantes do núcleo central do grupo incluíam organizadores de equipes e contato com batedores armados, um grande receptador e responsáveis pela movimentação do material ilícito.



Conteúdo Original

2025-04-24 08:44:00

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