Ação está sendo realizada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF)Divulgação
Rio – A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (18), mais uma etapa da segunda fase da “Operação Caminhos do Cobre”, contra uma rede criminosa vinculada a grandes recicladoras suspeitas de envolvimento na receptação de cabos e materiais metálicos. As investigações apontaram que o grupo movimentou R$ 2,5 bilhões.
A ação tem como objetivo combater os crimes de receptação qualificada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) estão cumprindo 35 mandados de busca e apreensão em grandes recicladoras na capital, na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos, além de endereços de sócios, operadores financeiros e estruturas paralelas de suporte logístico.
De acordo com a Civil, as investigações revelaram a atuação de uma rede criminosa que utilizava a estrutura de empresas do ramo de reciclagem para dar aparência lícita a materiais furtados, especialmente cobre e cabos subterrâneos de concessionárias de serviços públicos.
Parte das empresas-alvo estão regularmente registradas e em operação, mas atuam de forma híbrida, conciliando a atividade legal com a receptação de metais provenientes de crimes e inserção desses recursos no mercado formal.
Também foram identificadas empresas de fachada, criadas exclusivamente para movimentações financeiras artificiais, com sinais de fracionamento de operações, ausência de funcionários e valores incompatíveis com os registros fiscais e contábeis declarados.
Dentre os investigados, há um homem envolvido em um furto de cabos subterrâneos ocorrido em outubro de 2024. Na ocasião, foi utilizado um caminhão adaptado para transporte de grandes volumes de cobre. O veículo também é alvo de mandado de busca e apreensão.
Ainda segundo as apurações, o investigado enviava altos valores à principal empresa sob investigação, situada em Nilópolis, demonstrando o elo operacional entre os furtos e a rede de lavagem de dinheiro.
Essa empresa, de acordo com os agentes, movimentou cerca de R$ 800 milhões em menos de três anos, valor incompatível com seu capital social declarado. Foram identificados diversos saques em espécie, realizados de forma fracionada, com participação de terceiros sem vínculo societário ou trabalhista com a empresa.
Ao todo, os alvos investigados movimentaram mais de R$ 2,5 bilhões por meio de pessoas físicas e jurídicas, com forte indício de atuação coordenada para lavagem de capitais, receptação e financiamento de estruturas ilícitas ligadas ao comércio clandestino de metais.
A ação desta quarta tem como objetivos principais a desarticulação da estrutura econômica da associação criminosa, a apreensão de documentos, registros contábeis, mídias eletrônicas, celulares, veículos e demais bens relacionados aos crimes.
2025-06-18 08:59:00