A Polícia Civil do Rio faz, nesta segunda-feira, uma operação na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. De acordo com relatos em redes sociais, já foram ouvidos disparos na região. Atuam no local equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Os objetivos são cumprir mandados de prisão preventiva contra investigados pela morte do policial civil João Pedro Marquini, marido da juíza Tula Corrêa e por associação para o tráfico de drogas.
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De acordo com as investigações, os alvos atuam em uma organização criminosa responsável pela distribuição de drogas e controle territorial armado da comunidade. As investigações apontam ainda que o grupo possui uma estrutura hierárquica, com funções divididas entre gerentes, contadores e seguranças armados dos pontos de venda.
Operação na Ladeira dos Tabajaras mira assassinos de policial marido de juíza
Veja imagens da operação da Polícia Civil que teve inicio nessa terça-feira (15)
Além dos Tabajaras, a quadrilha age também outros pontos na Tijuca e no Grajaú, na Zona Norte do Rio, e em Santa Cruz na Zona Oeste da capital.
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Por causa da operação. um centro municipal de saúde que atende a região suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.
Cinco mortos em ação anterior
No dia 15 de abril deste ano, a DHC e a Core atuaram na Ladeira dos Tabajaras também para cumprir mandados de prisão contra os envolvidos no assassinato de Marquini. Durante a operação, houve intenso tiroteio, com disparos ouvidos em bairros vizinhos, como Botafogo.
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Helicópteros da polícia sobrevoaram a região, e moradores relataram momentos de pânico. O confronto resultou na morte de cinco pessoas, entre elas um dos chefes locais do tráfico e outros suspeitos com antecedentes criminais.
À época, o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que “a facção está sim bem armada”. Ele disse, ainda, que “isso é fruto de meia década de vantagem que o crime organizado conseguiu”.
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Policial foi assassinado ao se deparar com ‘bonde’
No dia do assassinato, o Marquini e Tula tinham ido à casa da mãe do agente, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, para buscar o carro do policial, um Sandero. Na volta para casa, na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste, a juíza foi dirigindo o Outlander dela, que é blindado, enquanto o policial levou o Sandero. Em vez de passar pelo Túnel da Grota Funda, onde havia uma blitz da Lei Seca, o casal optou pela serra. Motoristas dizem que a via, que tem pontos com o matagal invadindo as pistas, virou rota de fuga de criminosos por ter pouco movimento.
De acordo com policiais que atuam no caso, no caminho, na altura do número 25.023 da Avenida Artur Xexéo, Marquini viu um Tiggo 7 atravessado na pista e homens armados. O agente, que integrava a Core, telefonou para um colega pedindo reforço. A polícia acredita que o policial tenha saltado do carro. Os bandidos teriam atirado sem que Marquini tenha feito um disparo. Ele foi baleado duas vezes no peito, duas vezes num dos braços e uma vez numa perna. Tula conseguiu dar ré e fugir.
Marquini tinha 38 anos, era um agente da tropa de elite da Polícia Civil com 11 anos de carreira na Core, além de comissário. Casado com a juíza Tula Corrêa de Mello desde fevereiro de 2024, ele era pai de três filhos.
2025-06-16 11:13:00