Polícia Civil e MP fazem operação contra organização criminosa que atua no camelódromo da Uruguaiana

Policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), junto a representantes do Ministério Público, realizam uma operação contra uma organização criminosa que atua no Mercado Popular da Uruguaiana, o camelódromo, nesta quinta-feira. Segundo as


Policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), junto a representantes do Ministério Público, realizam uma operação contra uma organização criminosa que atua no Mercado Popular da Uruguaiana, o camelódromo, nesta quinta-feira. Segundo as investigações, o grupo tem influência no espaço comercial, no Centro do Rio, desde 2019. O objetivo é cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão. Foram identificados como parte do esquema um policial civil aposentado e um policial penal. Até o momento, oito pessoas foram presas.

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Os mandados são cumpridos no próprio camelódromo, no Centro do Rio, e em endereços na Barra da Tijuca e no Recreio, na Zona Oeste da capital, e em municípios da Baixada Fluminense.

Sobre a atuação do policial civil aposentado e do policial penal na quadrilha, o delegado Álvaro de Oliveira Gomes, titular da Draco/IE, afirmou que ambos atuavam como cobradores da quadrilha:

— O policial civil já está aposentado há mais de dois anos. E a atuação dele, assim como a do agente do policial penal, era em relação a cobranças, à venda e à sublocação (de boxes). A partir do momento que você tem uma concessão de um boxe desse aqui na Uruguaiana, você não pode nem sublocar, muito menos vender, porque é um espaço público.

As investigações ainda constataram que eram realizadas vendas de boxes de forma irregular. O espaço do camelódromo é público, só podendo ser cedido seu uso por ordem e autorização da Prefeitura do Rio. Os valores variavam entre R$ 60 mil e R$ 80 mil.

Os membros do grupo realizavam também a lavagem do dinheiro obtido, repassando-o para contas de laranjas e reinvestindo em boxes no próprio mercado popular.

Segundo o delegado Álvaro de Oliveira, a venda de um boxe no camelódromo configura crime:

— A partir do momento que você faz essa venda, vamos dizer assim, ainda mais sob coação, quando você exige que a pessoa entregue para você o bem, você está incorrendo em crime, além da lavagem de dinheiro. As investigações apontaram que o policial penal ajudava no branqueamento desses capitais, para fazer com que esse dinheiro que entrava de forma ilícita pudesse ser revertido para a quadrilha de forma dissimulada, para poder ser utilizado novamente.

Uma das práticas do grupo, segundo as investigações, eram extorsões através do pagamento de taxas para o funcionamento dos boxes no local. A “contribuição associativa” era, na verdade, obrigatória. Na prática, de acordo com a polícia, essa cobrança era feita de forma violenta e com ameaças, inclusive com emprego de armas de fogo ostensivamente, com intuito de intimidar os comerciantes.

Entre outros crimes estão ainda lavagem de dinheiro e cobrança indevida pelo uso do espaço, que é público e gratuito, com ocupação firmada diretamente com a prefeitura do Rio.

Entre as cobranças estava sobre o consumo de energia elétrica, de forma arbitrária, sob risco de corte do fornecimento caso os pagamentos não fossem realizados. O reestabelecimento só acontecia mediante compensação financeira.

Em outros casos, os trabalhadores do camelódromo eram coagidos a fazer os pagamentos sob pena de terem seus negócios inviabilizados, podendo até serem expulsos do mercado popular, perdendo o boxe e a mercadoria.



Conteúdo Original

2025-05-22 07:22:00

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