Polícia Civil alega ao STF ter respeitado protocolos e defende necessidade de megaoperação no Rio

A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório técnico-probatório que sustenta a “imprescindibilidade” da Operação Contenção, deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, Zona Norte do Rio, no


A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório técnico-probatório que sustenta a “imprescindibilidade” da Operação Contenção, deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, Zona Norte do Rio, no fim de outubro. O documento descreve a região como quartel-general do Comando Vermelho, com estrutura armada capaz de confrontar forças estatais e lideranças de alta periculosidade.

Segundo o relatório entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator temporário da ADPF das Favelas, a ação foi precedida por meses de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio do Ministério Público (GAECO/MPRJ). 

De acordo com a Polícia Civil, essas investigações identificaram 51 pessoas com mandado de prisão em aberto que estavam escondidas na Penha, incluindo Edgar Alves de Andrade, o “Doca” ou “Urso”, apontado como chefe máximo da facção, com 269 anotações criminais e 26 mandados de prisão. Outros nomes citados são Carlos Costa Neves, o “Gadernal”, responsável pela segurança estratégica, e Washington Braga, o “Grandão”, apontado como gestor financeiro da quadrilha.

“A investigação resultou na denúncia formal pelo GAECO/MPRJ, comprovando que o grupo exercia domínio territorial armado e estruturado, valendo-se de armamento de guerra, táticas de guerrilha urbana, drones, barricadas, câmeras de vigilância, rádios comunicadores e pontos de observação para impedir incursões das forças de segurança”, diz o relatório. 

O documento afirma que a ação foi planejada sob protocolos legais, com comunicação prévia ao Ministério Público e acompanhamento direto do GAECO, em conformidade com a ADPF das Favelas. 

“Sua execução decorreu de ordem judicial regularmente expedida, amparada em provas técnicas consistentes, análises de inteligência e acompanhamento ministerial integral, observando, em todas as suas fases, os protocolos legais e operacionais”, diz ainda o material entregue ao STF. 

Segundo a Polícia Civil, a operação cumpriu 51 mandados de prisão e 145 de busca e apreensão, prendeu 17 pessoas por ordem judicial, outras 83 em flagrante e apreendeu nove adolescentes. A secretaria diz ainda que foram apreendidas 122 armas de fogo — entre elas 96 fuzis, além de 260 carregadores, cerca de 5.600 munições e 12 artefatos explosivos. Também houve apreensão de 15 veículos, aproximadamente 22 quilos de cocaína e duas toneladas de maconha.



Conteúdo Original

2025-11-17 21:02:00

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