Polícia busca obras desaparecidas de Alfredo Volpi na galeria Almeida & Dale, em São Paulo

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo cumpriu, nesta quarta-feira (22), um mandado de busca e apreensão na galeria Almeida & Dale, uma das mais relevantes do país. Os agentes procuravam quadros que são objeto de uma


O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo cumpriu, nesta quarta-feira (22), um mandado de busca e apreensão na galeria Almeida & Dale, uma das mais relevantes do país.

Os agentes procuravam quadros que são objeto de uma ação civil relacionada a uma disputa de herança. Nenhuma obra foi encontrada, mas um notebook foi apreendido para análise. “Demais informações serão preservadas em razão do sigilo imposto à investigação”, informa a polícia. Após o cumprimento da medida, uma juíza determinou a instauração de um inquérito policial (IP).

O caso envolve três quadros de Alfredo Volpi avaliados em cerca de R$ 6,4 milhões. Em 2006, Carlos Dale, fundador da galeria, teria vendido as obras, que eram consideradas desaparecidas pelo espólio do pintor. Os advogados do espólio afirmam que as telas não poderiam ter sido comercializadas. Segundo eles, Dale teria reconhecido à época que comercializou as obras e se comprometido a recuperar a posse das pinturas.

Em nota, a galeria Almeida & Dale disse que a Polícia Civil solicitou “documentos que possam auxiliar em investigação sobre obras desaparecidas de Alfredo Volpi” e que atua de “boa-fé e plena colaboração com a Justiça, em favor da verdade e da integridade do patrimônio artístico nacional”.

“Há quase vinte anos, a Galeria realizou a intermediação comercial regular de três obras de Volpi, em transações legítimas, documentadas e anteriores a qualquer investigação judicial. Essas intermediações ocorreram em 2006, muito antes da denúncia de furto feita pela família do artista”, relata a empresa. A denúncia de roubo à que a nota se refere teria sido feita pela família do pintor em 2008.

Quadros de Volpi buscados pela polícia — Foto: Reprodução / O GLOBO

Segundo a galeria, as obras não foram adquiridas nem vendidas pela galeria e Carlos Dale teria recebido o encargo de depositário fiel dos quadros “em decorrência de equívoco de orientação jurídica, inclusive com acordo firmado sem poderes de representação”.

“Há ação anulatória em curso para corrigir esse erro, que deu origem à controvérsia atual. A Galeria jamais teve posse das obras, razão pela qual não há fundamento para quaisquer acusações de apropriação indevida”, completa.

A galeria foi fundada em 1998 por Antônio Almeida e Carlos Dale. Atualmente, possui três endereços na capital paulista e representa mais de 50 artistas e espólios, segundo informações da empresa. Em 2025, concluiu um processo de compra da Galeria Millan.

Reportagem recente da revista Forbes sobre a dupla afirma que eles começaram a atuar no mercado de arte comercializando obras que já haviam sido vendidas anteriormente em sem artistas próprios. “Em 2013, a venda de um Portinari deu o fôlego de que eles precisavam para mudar de patamar”, conta a revista.

O grupo é formado ainda por outras galerias com unidades em Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo e pretende abrir espaços em Paris, em 2027, e Nova Iorque, ainda sem data definida.



Conteúdo Original

2025-10-22 16:57:00

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