Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos), vereador de São João de Meriti, não era alvo da Operação Contenção, que mira a expansão do Comando Vermelho na cidade. O parlamentar, no entanto, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo ao se apresentar aos agentes como responsável pelo imóvel em que era cumprido um mandado de busca e apreensão contra o seu irmão, Luiz Paulo de Aquino, que não foi encontrado. Com Marcos, também foram apreendidas caixas de remédios, o que motivará a Polícia Civil a abrir um inquérito para apurar a origem dos medicamentos.
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A polícia quer apurar ainda a finalidade desses medicamentos, para checar se pode se configurar um crime de repercussão eleitoral. A lista dos itens apreendidos inclui antidepressivos, antipsicóticos, atiepiléticos, anti-inflamatórios e remédios para dor aguda. Os produtos estão passando por análise dos agentes na Cidade da Polícia, para onde Marcos Aquino foi levado.
No perfil do parlamentar na Câmara Municipal da cidade, é ressaltado que ele foi o vereador mais votado em 2024 no município. “Marquinho é um verdadeiro filho de São João de Meriti, cidade onde nasceu, cresceu e escolheu construir sua vida”, diz o perfil, que o apresenta como ex-integrante do Exército, força onde esteve por oito anos.
Pelo Instagram, rede social em que acumula 12 mil seguidores, o parlamentar compartilhava ações de fiscalização pela cidade, em que usava um colete laranja com seu nome. Em uma das postagens, chegou a pedir “ajuda” à população, que fizesse denúncias a ele sobre “falta de merenda, ausência de médicos, problemas nas escolas ou nas unidades de saúde”.
Aquino, eleito na primeira vez em que concorreu, declarou R$ 1,064 milhões em bens: R$ 1 milhão de cotas de uma empresa de fornecimento de alimentos, sediada em Belford Roxo, assim como um carro, modelo sedã, de R$ 64 mil.
Em nota, o Republicanos afirma que não comenta investigações em andamento, mas que “reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a legalidade, e reitera que não compactua com práticas ilícitas de qualquer natureza”.
A defesa do vereador preso argumenta que os acontecimentos desta manhã “carecem de fundamento jurídico e revelam caráter arbitrário”, ressaltando que Marcos Aquino não era alvo de mandados de prisão ou de busca e apreensão. “A tentativa de vinculá-lo a condutas criminosas constitui perseguição política, motivada por seu trabalho firme, combativo e transparente em defesa dos interesses da população de São João de Meriti”, diz trecho da nota, que pontua que a defesa adotará “todas as medidas legais cabíveis para garantir a imediata libertação do vereador”.
Já sobre Luiz Paulo de Aquino, a defesa classifica as “medidas jurídicas atualmente movidas contra ele” como de “caráter político”, para “desestabilizar sua imagem perante a sociedade civil”.
*Estagiária sob supervisão de Leila Youssef
2025-11-14 10:03:00
