Um dos suspeitos de envolvimento no atentado a tiros contra o bicheiro Vinicius Drumond, no último dia 11, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, o sargento da Polícia Militar Luiz Cesar da Cunha, lotado no 15ºBPM(Duque de Caxias), se apresentou espontaneamente, nesta segunda-feira, na 22ªDP(Penha). O PM estava com a prisão temporária decretada pela Justiça e chegou à delegacia acompanhado de um advogado. Ele se reservou ao direito de ficar calado e foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital(DHC), unidade responsável pela investigação da tentativa de homicídio em que o contraventor figura como vítima.
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Além de Luiz, o ex-PM Deivyd Bruno Nogueira Vieira, o Piloto, também está atrás das grades por conta do mesmo crime. Ele foi preso sábado. Outras duas pessoas suspeitas de participação no atentado continuam sendo procuradas pela polícia.
Luiz César era considerado foragido, mas se continuasse solto poderia ficar em uma situação ainda pior. Como é policial militar da ativa, ele estaria sujeito a responder por crime militar de deserção, caso permanecesse por mais de oito dias ausente da unidade em que é lotado, sem motivo justificado. A PM informou que a corregedoria vai solicitar o compartilhamento das provas levantadas no inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital. A corporação adiantou que o policial irá responder a um processo administrativo disciplinar.
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Neste domingo, o Disque-Denúncia(2253-1177) chegou a divulgar um cartaz com as fotos de Luiz César da Cunha, Adriano de Carvalho de Araújo, e Rafael Ferreira da Silva, o “Cachoeira”. O trio e o ex-PM Deivyd Bruno Nogueira Vieira, o Piloto, que já está preso, são apontados na investigação da DHC como suspeitos de participação no atentado contra Vinicius Drumond. Cachoeira e Adriano são considerados foragidos.
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Apontado com como um dos integrantes da nova cúpula, Vinicius Drumond dirigia um Porsche blindado na Avenida das Américas, no dia 11, quando tiros foram disparados de um O Honda HR-V preto. O veículo que emparelhou com o carro da vítima tinha seteiras, que são buracos feitos nos vidros por onde passaram os canos dos fuzis usados no atentado. O bicheiro não se feriu com gravidade e conseguiu sobreviver. O Honda foi encontrado abandonado, horas após a tentativa de homicídio, em Guaratiba.
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Um segundo veículo que dava cobertura ao primeiro também foi identificado nas investigações. Herdeiro do falecido bicheiro Luizinho Drumond, Vinicius foi seguido pelos criminosos após deixar uma academia em um shopping, na Barra da Tijuca.
A polícia, agora, apura a ligação dos presos com o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho. Cachoeira foi preso em 2022 por participar do sequestro de uma mulher, em Nilópolis. A vítima era parente de um homem que atuava no comércio de cigarros ilegais — negócio dominado por Adilsinho. Cachoeira também é citado num funk criado por integrantes da quadrilha de Adilsinho para comemorar o homicídio de Marquinhos Catiri, miliciano que era rival do bicheiro.
Adilsinho e Vinicius eram aliados, mas já vinham se desentendendo desde meados de 2024. Vinicius não teria aceitado a saída de Manuel Agostinho Rodrigues Miranda — ex-braço direito de seu pai e responsável pela gestão dos bingos da família — para o lado de Adilsinho. O funcionário alegou que se aposentaria, o que não era verdade.
Em setembro daquele ano, Agostinho foi assassinado em Del Castilho, na Zona Norte, dentro de um carro blindado. Os criminosos dispararam, pelo menos, 38 tiros em direção à porta do motorista. O impacto foi tão violento que a maçaneta foi arrancada, o que permitiu a entrada das balas no veículo. Os investigadores da DHC têm como principal linha de investigação o envolvimento de Vinicius no homicídio. Adilsinho, por sua vez, não teria deixado o caso passar em branco. A polícia investiga o homicídio do ex-PM André da Silva Aleixo, segurança de Vinicius, no mês seguinte, como um possível acerto de contas.
Procurada para falar sobre a prisão do PM, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corregedoria da corporação acompanha o caso e colabora com as investigações da Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Segunda a PM, a corporação foi comunicada que o referido militar se entregou à Polícia Civil. Ainda de acordo com a PM, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) acompanha o caso. A nota diz ainda que será lavrado um Registro Policial Militar e que a corregedoria irá solicitar o compartilhamento das provas levantadas no inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Por fim, a PM esclareceu que o comando da corporação não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.
2025-07-21 17:26:00