PM do Rio entrega ao Ministério Público imagens de câmeras corporais usadas por agentes do Bope durante operação no morro Santo Amaro

Em reunião na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, entregou ao procurador Antonio José Campos Moreira um pen-drive com imagens das câmeras corporais usadas pelos PMs que


Em reunião na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, entregou ao procurador Antonio José Campos Moreira um pen-drive com imagens das câmeras corporais usadas pelos PMs que participaram da operação no morro Santo Amaro, no último sábado. A ação terminou com a morte do office boy Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, investigada de forma independente pelo MPRJ, e com cinco moradores feridos.

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As imagens entregues pela PM passarão por perícia. Além desses registros, um relatório sobre a atuação de 12 militares envolvidos na ação, feito pela corporação, foi entregue ao órgão. O secretário Marcelo de Menezes esteve acompanhado pelo corregedor da PM, coronel Angelo da Costa Pereira. Eles chegaram no MPRJ por volta das 11h40, onde permaneceram no prédio por cerca de uma hora.

Por volta das 15h, foi a vez dos pais de Herus, Fernando e Mônica Guimarães, serem recebidos pelo procurador-geral de Justiça. Pouco depois, eles foram encaminhados ao Núcleo de Atendimento de Vítimas, onde conversaram com promotores e psicólogos. Por fim, a mãe de Herus prestou um depoimento formal, de pouco mais de 30 minutos, na Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ. Na saída, os pais do jovem disseram que o caso não pode ficar impune.

— O acolhimento (que recebemos aqui) foi maravilhoso. Eles conversaram com a gente, disseram que isto não vai ficar impune. Confiamos no MPRJ para solucionar o caso do meu filho. Que isso não fique impune — disse o pai do office boy.

Além da investigação do MPRJ, um inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) também apura o crime. Nessa segunda-feira, a Polícia Civil confirmou que um projétil foi retirado do corpo de Herus. A bala será confrontada, por um exame de microcomparação balística, com as armas usadas pelos agentes. O resultado poderá apontar se o disparo foi feito ou não do armamento usado pelos policiais do Bope. Após 30 dias, o inquérito feito pela especializada deverá ser remetido ao MPRJ, que poderá unificar as duas investigações.

Festa junina interrompida

Herus Guimarães Mendes foi baleado quando estava em uma padaria, no interior da comunidade, fazendo um pagamento por Pix pela compra de um refrigerante. Na ocasião, uma quadrilha junina profissional se apresentava no Santo Amaro, e as ruas estavam repletas de pessoas assistindo ao show. Nesse momento, PMs do Bope teriam entrado no local para tentar capturar traficantes do Comando Vermelho (CV), que, segundo informações iniciais recebidas pela unidade, estariam se preparando para invadir uma favela controlada por um bando rival. Em seus depoimentos, uma parte dos 12 militares alegou ter sido recebida com tiros na altura de um beco e revidou fazendo disparos.

Herus e outras cinco pessoas foram baleadas. O office boy só foi socorrido cerca de 15 minutos após ser baleado. Ele foi levado para um hospital particular, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Segundo a Polícia Civil, ele e as outras cinco vítimas não tinhas antecedentes criminais.

Por conta operação, o secretário de Polícia Militar exonerou o comandante do Bope, coronel Aristheu Lopes. Além dele, também foi exonerado o coronel André Luiz de Souza Batista, comandante do Comando de Operações Especiais (COE), unidade a qual o Bope é subordinado.



Conteúdo Original

2025-06-10 21:17:00

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