Perícia confirma que arma usada em assassinato de gari é de delegada casada com suspeito

Uma perícia realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, nesta sexta-feira, que a arma usada no homícidio do gari Laudemir Fernandes pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, casada com o suspeito do assassinato René Nogueira Júnior. Na última


Uma perícia realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, nesta sexta-feira, que a arma usada no homícidio do gari Laudemir Fernandes pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, casada com o suspeito do assassinato René Nogueira Júnior. Na última quarta-fiera, Nogueira teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

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Segundo as investigações, o suspeito disparou contra o gari após uma discussão de trânsito no bairro Vista Alegre na segunda-feira. René Nogueira nega ter matado a vítima.

Ao ser questionado pelos policiais, ele disse ser casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira e admitiu ainda que na residência do casal havia uma arma de fogo calibre .380, o mesmo das munições encontradas no local do crime.

No depoimento, ele relatou ainda que sabia onde as armas da mulher ficavam guardadas, mas que não as manuseava. René acrescentou ainda que a delegada reclamava da arma e a levava “constantemente” para a manutenção. No dia a dia, a policial usa outra pistola, de calibre .9mm, disse o suspeito.

O caso aconteceu nesta segunda-feira em Vista Alegre, no Oeste da capital mineira. O boletim de ocorrência aponta que René dirigia um carro da marca BYD quando, por volta das 9h, se aproximou de um caminhão de lixo, que vinha na direção contrária. O motorista do veículo teria ameaçado a condutora do caminhão e dito que iria “atirar na cara dela”, caso não desse passagem. Na sequência, ele teria disparado contra os garis e atingido Laudemir.

Por meio de câmeras de segurança, os policiais conseguiram identificar a marca, o modelo e as iniciais da placa do veículo utilizado. A motorista do caminhão de lixo que trabalhava na hora do crime com Laudemir forneceu mais uma letra e os dois últimos números da placa, o que permitiu a identificação do carro.

“Em posse das características do autor e da placa do veículo, iniciou-se um intenso rastreamento. O veículo foi localizado trafegando na Avenida Raja Gabaglia, sendo o condutor, um homem claro, alto e forte, compatível com a descrição do autor do disparo. A abordagem ocorreu no estacionamento de uma academia na mesma avenida”, disse o juiz.

A mulher do suspeito compareceu ao local da abordagem, se identificou como delegada e autorizou buscas no veículo. Nada de ilícito foi encontrado. As testemunhas disseram aos policiais que o autor do crime se irritou “com a retenção do trânsito” e passou a fazer ameaças. Ele deixou o carregador cair e o recolocou na arma, o que gerou a ejeção de uma munição intacta, antes de atirar no gari.

As testemunhas afirmaram que não houve discussão e que apenas tentavam auxiliar o autor a passar com seu veículo.

“O crime foi cometido em plena luz do dia, por motivo fútil, uma aparente irritação decorrente de uma breve interrupção no trânsito causada por um caminhão de coleta de lixo. A desproporcionalidade e a frieza da ação, na qual o autuado, após uma breve discussão, deliberadamente sacou uma arma de fogo, a preparou para o disparo e atirou contra um trabalhador que exercia seu ofício, uma atividade pública essencial de limpeza da cidade, demonstram uma periculosidade acentuada e um total desrespeito pela vida humana. Tal conduta abala profundamente a tranquilidade social e gera um sentimento de insegurança na comunidade, indicando que a liberdade do autuado, neste momento, representa um risco real à ordem pública”, destacou o juiz, sobre a necessidade de manter a prisão.



Conteúdo Original

2025-08-16 10:14:00

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