Não foi apenas uma, mas duas denúncias anônimas que chegaram à Delegacia Antissequestro (DAS), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio do Disque Denúncia, informando que o presidente do Vasco, Pedrinho, estaria na mira de um possível sequestro. A especializada comunicou ao ex-jogador e atual dirigente do clube sobre as supostas ameaças, recebidas nos dias 27 de julho e 1º de agosto, e recomendou que ele reforçasse sua segurança. A denúncia trazia até uma previsão de data para o crime: até o dia 6 de agosto.
- De vazamento de endereço a plano de sequestro: a escalada de ameaças contra Pedrinho, presidente do Vasco
- Um passo apenas: Laudo sobre conversas no celular de chefe da segurança de Rogério Andrade pode ajudar bicheiro a sair da cadeia
A primeira denúncia, feita no mês passado, afirmava que milicianos de Bangu, na Zona Oeste do Rio, vestidos de terno, invadiriam o campo do Estádio São Januário, em São Cristóvão — que fica próximo à comunidade Barreira do Vasco — para sequestrá-lo. Segundo o relato, a entrada seria facilitada por um funcionário da segurança do clube, ainda não identificado.
Em determinado trecho, o conteúdo da denúncia se torna confuso, ao afirmar que Pedrinho seria sequestrado em seu gabinete para ser forçado a realizar transferências via Pix entre os dias 1º e 5 de agosto. A denúncia também menciona outro funcionário, conhecido como “Dudu”, responsável pelo dormitório do clube, que seria ex-traficante e já teria sido preso por roubar uma escola de samba. Ele também ajudaria os homens de terno a acessar o estádio. Embora o estádio esteja localizado nas proximidades da Barreira do Vasco — território controlado pela facção criminosa Comando Vermelho —, a presença de milicianos na região é considerada improvável, o que levanta dúvidas sobre a veracidade do relato.
- Quem é o ex-PM atacado com 15 tiros em frente a boate, no Anil, na Zona Oeste do Rio; seu estado é grave
A segunda denúncia, feita na última sexta-feira (1º/08), reforça que o suposto sequestro aconteceria até esta quarta-feira (6/08), novamente no Estádio São Januário. Mais uma vez, a informação dá conta de que “indivíduos” não identificados estariam planejando o sequestro do presidente do clube.
Com as denúncias sobre o suposto plano, a Delegacia Antissequestro iniciou investigação e, como primeira providência, comunicou a Pedrinho sobre o conteúdo dos relatos.
- Justiça decreta prisão preventiva de Oruam por tentativa de homicídio contra delegado com pedra de quase 5 Kg
Em novembro, o dirigente já havia revelado ter sofrido ameaças de morte feitas por torcedores do Vasco e, por esse motivo, chegou a bloquear diversas pessoas em suas redes sociais.
— Recebi de um cidadão, de nome Júlio Martins: “A torcida tem que ir na porta do CT na quinta-feira e meter uma faca no pescoço do ‘Podrinho’”. Eu vou normalizar isso? Não vou — declarou Pedrinho, em coletiva à época.
- Livre de processos: Bicheiro Capitão Guimarães está a um passo de se livrar de todos os processos na Justiça
Meses depois, em meados de julho, em nova coletiva de imprensa, o presidente do Vasco revelou que seu endereço residencial foi divulgado nas redes sociais por um influenciador, o que aumentou ainda mais sua preocupação com a segurança pessoal.
— A emoção não dá direito a nada: nem à agressão, nem ao incentivo à violência e muito menos a divulgar meu endereço. A partir de hoje, qualquer coisa que aconteça comigo ou com minha família, ele é suspeito. As pessoas não têm o direito de achar que, por causa do futebol, podem fazer tudo — afirmou o presidente. E completou: — Sou ameaçado de morte o tempo inteiro. Mas ele passou dos limites quando publicou meu endereço.
2025-08-06 19:12:00