Felipe Coelho, filho das vítimas, prestou depoimento emocionado durante júri popularÉrica Martin / Agência O Dia
O júri popular, iniciado nesta quarta-feira (10), foi presidido pela juíza Tula Corrêa de Mello, do III Tribunal do Júri da Comarca da Capital, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ). Na sentença, a magistrada destacou a gravidade em concreto da conduta, a necessidade de prevenção a novos comportamentos, a repressão do mal causado e, principalmente, a reeducação do agente.
“Maior deve ser a reprovabilidade em razão do fato de o acusado ser militar, capitão de fragata, sendo este um alto cargo dentro da Marinha do Brasil. Por ser servidor público das Forças Armadas, o acusado deveria utilizar seus ensinamentos militares em prol da sociedade e não contra iguais, tirando a vida de dois idosos a facadas. Os militares da Marinha possuem um conjunto de valores sociais e éticos que orientam sua conduta e emanam do conjunto de vínculos racionais e morais que os ligam à Pátria e ao seu serviço. Logo, não se pode comparar a reprovabilidade de um crime contra a vida praticado por um popular com um praticado por quem se espera justamente a defesa da honra e da lealdade. Tal conduta deslegitima toda a estrutura da carreira”, escreveu a juíza.
A decisão cabe recurso da defesa.
Relembre o caso
Geraldo Pereira Coelho, de 73 anos, e Osélia da Silva Coelho, 72, foram mortos a facadas enquanto dormiam no imóvel no dia 24 de junho de 2022. O casal morava em Fortaleza, no Ceará, e estava no Rio de Janeiro a passeio pela primeira vez desde os anos 70, quando retornaram ao estado de origem.
Segundo as investigações, Cristiano matou os idosos por uma crise de ciúmes do então namorado, Felipe da Silva Coelho. O casal estava em processo de separação, mas ainda morava no mesmo imóvel. O Capitão de Fragata não aceitava o fim da relação.
Na noite do crime, Felipe havia saído com amigos. Inconformado, o militar atacou os pais do companheiro e, em seguida, ligou para ele dizendo que os idosos estariam passando mal. Ao chegar no apartamento, o filho encontrou Geraldo e Osélia mortos, além de Cristiano desacordado.
O oficial foi preso em flagrante. Ele chegou a ficar internado no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, e no Hospital Naval Marcílio Dias, em Lins de Vasconcelos, na Zona Norte. Desde 2022, ele está detido.
2025-12-11 10:52:00



