A determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para que seja aberto um inquérito para investigar se houve coação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ainda não chegou à Polícia Federal (PF), mas a cúpula da corporação já definiu o seu destino. A apuração sobre a atuação do filho 03 do ex-presidente da República vai para a alçada da mesma equipe que investigou a trama golpista na PF, dentro do departamento de inteligência.
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Embora o novo inquérito não esteja formalmente ligado à ação da trama golpista, a PF avalia que os policiais que já investigaram Bolsonaro e os outros acusados “já investigaram fatos correlatos e têm conhecimento profundo do cenário”, como definiu uma fonte que participou da definição.
No pedido ao STF pela abertura da investigação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pede que a PF faça o “monitoramento e preservação de conteúdo postado nas redes sociais do sr. Eduardo Bolsonaro” que tenha relação com a investigação, além de convocar para depor o ex-presidente para falar sobre “a circunstância de ser diretamente beneficiado pela conduta descrita e já haver declarado ser o responsável financeiro pela manutenção do filho nos Estados Unidos”.
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Alexandre de Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar: “A denúncia descreve de forma detalhada, com todos os elementos, todos os requisitos exigidos, tendo sido coerente a exposição dos fatos, com a descrição amplamente satisfatória dos fatos, da tentativa de golpe de estado, tentativa de abolição violenta do estado de direito” — Foto: Antonio Augusto/STF
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Flávio Dino ponderou que uma tentativa de golpe que não deixou mortes também não pode ser minimizada: “Golpe de Estado é coisa séria. É falsa a ideia de que um golpe de Estado, ou uma tentativa de golpe de Estado, porque não resultou em mortes naquele dia, é uma infração penal de menor potencial ofensivo.” — Foto: Antonio Augusto/STF/20-03-2024
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Luiz Fux terceiro a votar a favor: “Esses episódios contra a nossa democracia vão ser marcante dia após dia, todos os dias serão dias da lembrança de tudo que ocorreu. Não se pode de forma alguma dizer que não aconteceu nada. É impossível se afirmar isso” — Foto: Antonio Augusto / STF
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Cármen Lúcia afirmou ser preciso barrar a “máquina de desmontar a democracia” da história do país: “Ditadura mata, vive da morte, não apenas da sociedade, mas da democracia, de seres humanos de pele e osso que são torturados e mutilados” — Foto: Antonio Augusto / STF
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Cristiano Zanin deu o último voto que tornou Bolsonaro réu por unanimidade: “Há sim uma série de elementos a amparar a denúncia que estamos a analisar. Longe de ser uma denúncia amparada exclusivamente em uma delação premiada, o que se tem aqui são diversos documentos, vídeos, materiais que dão amparo aquilo que foi apresentado pela acusação” — Foto: Antonio Augusto / STF
A Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade receber a denúncia contra Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe
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A mesma equipe também investigou a fraude no cartão de vacinação do ex-presidente e de sua filha, Laura, o desvio das joias sauditas e foi também responsável pela negociação que levou ao acordo de delação premiada com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
A decisão da PF segue ainda a lógica de Barroso, que já enviou o inquérito diretamente para a relatoria de Alexandre de Moraes. E sinaliza também que vai ser muito difícil o deputado escapar do indiciamento.
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2025-05-27 04:00:00