MP francês pede 10 anos de prisão para ‘chefe’ do assalto de R$ 56 milhões contra Kim Kardashian

Promotores franceses pediram nesta quarta-feira uma sentença de 10 anos de prisão para o suposto “chefe” dos assaltantes que roubaram a estrela de reality show americana Kim Kardashian em seu quarto de hotel em Paris em 2016. Aomar Aït Khedache,


Promotores franceses pediram nesta quarta-feira uma sentença de 10 anos de prisão para o suposto “chefe” dos assaltantes que roubaram a estrela de reality show americana Kim Kardashian em seu quarto de hotel em Paris em 2016. Aomar Aït Khedache, de 69 anos, reconheceu seu envolvimento, mas sempre negou ser o “líder do grupo”. No entanto, foi ele quem “deu as ordens”, “recrutou” e foi à Bélgica revender as joias, segundo a acusação.

  • Roubado há 37 anos, busto de túmulo de Jim Morrison é achado ‘por acaso’ em Paris
  • Investigadores confirmam identidade do assassino de Valeria Márquez, influenciadora morta ao vivo no México

Durante o julgamento, o réu principal escreveu uma carta de desculpas à vítima, que chorou ao ouvir seu conteúdo.

— Eu o perdoo pelo que aconteceu, mas isso não muda o trauma — disse Kim Kardashian em seu testemunho à Corte, em 13 de maio.

Desde o final de abril, um tribunal de Paris julga dez suspeitos pelo roubo à mão armada de joias da rainha das mídias sociais, avaliadas em US$ 10 milhões (R$ 56 milhões), que a imprensa descreveu como “o roubo do século”.

No início de seus argumentos finais, a promotoria declarou que “todos são culpados”, apesar de oito deles alegarem inocência. O veredicto é esperado para esta sexta-feira.

Kim Kardashian falou a tribunal sobre crime de que foi vítima em 2016 — Foto: LEO VIGNAL / AFP

Durante as horas de seu interrogatório do réu perante o Tribunal Criminal nesta segunda-feira, apenas a voz do presidente David De Pas foi ouvida. Aomar Aït Khedache, agora surdo e quase mudo, rabiscou suas respostas com caneta em um grande caderno escolar quadrado, projetado na tela da sala usando um retroprojetor.

Muitas vezes, as respostas não corresponderam às perguntas que o acusado lia em seu computador graças a duas taquígrafas que transcreviam todos os procedimentos.

— Você foi rude ou violento com a Sra. Kardashian? — dizia a pergunta.

“Como eu disse, tive muita dificuldade a seguir este julgamento. Durmo de 14 a 16 horas por dia para escapar dos zumbidos [sons associados à perda auditiva]”, escreveu o acusado muito lentamente, no silêncio do tribunal.

Em seu caderno, ele também pediu “desculpas” se “adormeceu” durante o julgamento — por causa dos “comprimidos”. Parecia mesmo um “vovô ladrão”, como a imprensa local continua a apelidá-lo ​​— a média de idade dos acusados gira em torno de 70 anos —, apesar dos protestos constantes da promotoria, que preferiu enfatizar seu perfil de “veteranos” e reincidentes.

O presidente da sessão, então, releu seções inteiras das declarações do réu aos investigadores. Resumindo: Aomar Aït Khedache, identificado por seu DNA, admitiu ser um dos dois homens que planejaram um assalto, amarraram, amordaçaram e roubaram milhões de euros em joias de Kim Kardashian na noite de 2 para 3 de outubro de 2016.

A “ideia” veio de um “velho conhecido”, um ex-companheiro de prisão, que ele conheceu por acaso em um bar. Este último, chamado de “X” ou “Ben”, tinha um “arquivo completo sobre ela”: fotos de Kim Kardashian com seu famoso anel de US$ 4 milhões, “planos” do hotel, etc.

Aomar Aït Khedache, conhecido como “Velho Omar”, nunca tinha ouvido falar da estrela americana. O cúmplice certamente lhe deu o nome do alvo, mas ele só se lembrava de ser “esposa de um rapper”.

— Não estou interessado nesta indústria; para mim, reality shows são para adolescentes — explicou ele durante a investigação.

O presidente da sessão pediu ao acusado que indicasse ao tribunal quem instigou o crime. Velho Omar se negou a fazê-lo.

“Medo de represálias”, escreveu o acusado, enrolado em sua parka com capuz que ele não tirou desde o início do julgamento. O réu também afirmou não saber exatamente o que aconteceu com o anel roubado de Kim. “Ben cuidou disso”, destacou.

O tribunal deixou passar: se contentou com “não me lembro” e “se você diz isso… é possível”, frases que apareceram na página do caderno. O presidente da sessão tentou a sorte uma última vez, questionando-o sobre esse novo “projeto” no qual Aomar Aït Khedache e seus cúmplices estavam trabalhando, de acordo com a promotoria, quando foram presos em janeiro de 2017.

Um bilhete escrito à mão foi encontrado em sua casa, que planejava “equipar” uma cadeira de rodas com uma câmera. Estava ele planejando outro assalto?

“De jeito nenhum, principalmente com a dor de estômago do caso Kardashian”, negou ele, por escrito.

Antes de suspender a audiência, o presidente tocou um trecho de áudio de uma escuta telefônica da época do crime. Ouviu-se o acusado falando rápido e com voz animada. Foi como se quisesse dar uma ideia de quem era o “Velho Omar” na ocasião do assalto.



Conteúdo Original

2025-05-21 06:01:00

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE