O secretário executivo de Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico, afirmou ao O GLOBO que Santos, depois de confrontado pelos policiais sobre os detalhes da história, confessou nesta quarta-feira (19) que inventou o caso. Inicialmente ele informou que teria sido vítima de um assalto.
Santos teria ainda atirado uma pedra no vidro do próprio caminhão, para simular o suposto assalto, e amarrado em si mesmo a bomba com a qual foi encontrado dentro do caminhão. Segundo Nico, Santos foi indiciado por falsa comunicação de crime. Informações da rádio CBN indicam ainda que durante o interrogatório, o motorista afirmou que simulou o assalto para “chamar atenção para a causa trabalhista dos motoristas de caminhão”.
O caso paralisou o Rodoanel durante a madrugada e a manhã do dia 12, uma quarta-feira. O caminhão apareceu atravessado na pista e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) se dirigiu ao local, diante da informação de um explosivo na cabine. Os policiais usaram equipamentos especiais até constatarem que a bomba era um simulacro.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, as investigações prosseguem na delegacia de Taboão da Serra para a “devida responsabilização criminal do indiciado”.
Tudo começou durante a madrugada, por volta das 5h, quando uma equipe da concessionária que administra o trecho viu o caminhão atravessado na rodovia e enviou uma viatura a local. O motorista se negou a sair do caminhão, alegando estar com uma bomba caseira presa ao corpo. O veículo havia saído do estado do Acre e tinha como destino final o município de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.
O motorista contou que foi abordado por três assaltantes e obrigado a realizar uma manobra, posicionando o veículo atravessado na pista. Os assaltantes teriam fugido em seguida, sem levar nada do caminhão.
Santos contou ainda que uma pedra foi usada para atingir o para-brisa do caminhão. Ele afirmou que parou para averiguar o dano no veiculo e foi rendido pelas assaltantes, que teriam colocado o artefato no interior da cabine. Quando foi resgatado, agentes de segurança relataram que o motorista estava com dores na região costela, supostamente agredido pelos assaltantes.
A transportadora Sitrex Transportes, para quem Santos trabalha, chegou a defender publicamente o empregado. A companhia ressaltou o histórico profissional do motorista, afirmando que o condutor “cumpriu adequadamente todos os procedimentos legais e de segurança” antes do incidente.
“Ressalta-se que o motorista cumpriu adequadamente todos os procedimentos legais e de segurança, notadamente quanto aos horários de descanso, de viagem e à velocidade adequada — informações apuradas por meio do serviço de monitoramento eletrônico do veículo”, informou a empresa.
*Colaborou Pedro Fagundes, da rádio CBN
2025-11-19 18:13:00



