O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, na decisão que mandou prender o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), que a organização criminosa investigada se infiltrou no poder público do Rio.
Moraes expôs a conclusão após citar as ações criminosas de Thiego Raimundo dos Santos Silva, o então deputado conhecido como TH Joias, e a união dele a Bacellar para ludibriar a Polícia Federal (PF) antes da deflagração da Operação Zargun.
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TH Joias será interrogado pela PF; saiba quem é o político
Para o ministro do STF, os fatos narrados não apenas confirmam o vazamento de informações sensíveis da ação policial que prendeu TH, como também demonstram a ativa e deliberada obstrução à Justiça e ocultação de provas promovidas por ele e seus associados.
“Tais elementos reforçam a periculosidade da organização criminosa investigada, sua profunda infiltração no poder público fluminense e a absoluta necessidade de aprofundamento das investigações para a interrupção das atividades delitivas e para a escorreita elucidação dos fatos”, declarou Moraes.
O ministro disse, ainda, que “uma das principais características das organizações criminosas atuantes no estado do Rio de Janeiro, além do domínio territorial mediante uso da força, e da capacidade de corromper agentes públicos e políticos em escala, é a infiltração política que tais grupos alcançaram nos últimos anos, seja na esfera municipal, estadual e federal”.
As investigações da PF que culminaram na prisão de TH revelaram, também, que ele mantinha contato próximo com a cúpula do CV, inclusive com Edgard Alves Andrade, o Doca – criminoso apontado como a principal liderança do Comando Vermelho (CV) no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.
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Foto de TH Joias deitado com pilhas de dinheiro foi revelada pela PF
Material cedido ao Metrópoles
TH Joias e Rodrigo Bacellar
Reprodução/Instagram
Ao longo das investigações, a polícia constatou que TH ostentava riqueza ilícita nas redes sociais
Reprodução/Alerj
O presidente da Alerj foi preso sob suspeita de vazr informações da operação ao CV
Reprodução/Redes sociais
PIlha de dinheiro encontrada com TH Joias
Presidente da Alerj preso
Rodrigo Bacellar foi preso preventivamente nesta quarta (3). O político é suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargun.
Os mandados — um de prisão preventiva, oito de busca e apreensão e um de intimação para medidas cautelares — foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e fazem parte das determinações da ADPF das Favelas (ADPF 635), que atribuiu à PF a responsabilidade de investigar a atuação dos principais grupos criminosos violentos no Rio de Janeiro.
Procurada pela coluna, a Alerj informou que “ainda não foi comunicada oficialmente sobre a operação ocorrida nesta manhã. Assim que tiver acesso a todas as informações, irá tomar as medidas cabíveis.”
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Rodrigo Bacellar é presidente da Alerj
Divulgação
Bacellar é acusado de vazar informações de operação contra o CV
Divulgação
Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), é preso pela PF
Divulgação
Bacellar é acusado de vazar informações de operação que prendeu o deputado TH Joias
Divulgação
2025-12-03 15:34:00



