“Milicianos dominam 1,9 mil comunidades no Rio” | Informe do Dia

Deputado estadual Marcelo Dino (União Brasil) – Thiago Lontra / divulgação Deputado estadual Marcelo Dino (União Brasil)Thiago Lontra / divulgação Publicado 08/09/2025 05:00 Nascido em São João de Meriti e morador há mais de 41 anos de Duque de Caxias,




Deputado estadual Marcelo Dino (União Brasil)Thiago Lontra / divulgação

Nascido em São João de Meriti e morador há mais de 41 anos de Duque de Caxias, municípios da Baixada Fluminense, Marcelo Dino foi ambulante e caminhoneiro antes de ingressar na Polícia Militar. Eleito vereador por dois mandatos e atualmente deputado estadual pelo União Brasil, tem atuação em segurança, defesa da família e inclusão. Preside a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais e é vice-presidente da CPI das Câmeras. Cristão e conservador, defende valores herdados da família e a fé como base da vida pública.

SIDNEY: O controle territorial é a principal estratégia do crime organizado no Rio. O senhor cobra operações de retirada de barricadas para a retomada do território pelo Estado. Como está a situação atual?

MARCELO DINO: Barricadas de concreto, carros queimados e ônibus sequestrados são usados para marcar domínio, restringir a circulação de moradores e impor pedágios sobre transporte, gás, TV clandestina e comércio local. Hoje, cerca de 1,9 mil comunidades estão sob domínio de facções e milícias. O grande problema é que as leis são brandas e acabam beneficiando o criminoso. A mesma lei que vale para a Amazônia ou para o Rio Grande do Sul serve para o Rio de Janeiro, mas a nossa realidade é muito diferente. Defendo que os estados possam editar normas penais, porque estão mais próximos dos problemas da população. Aqui, as barricadas aprisionam famílias e mostram o quanto o vagabundo se sente à vontade para desafiar a lei. É preciso dar prejuízo real, usar o Batalhão de Ações com Cães para encontrar drogas e armas, e fazer o crime sentir no bolso. O vagabundo tem que voltar a temer a polícia. Só assim vamos retomar os territórios e mostrar quem manda no Rio de Janeiro.

Há um projeto de sua autoria, o Programa Estadual de Casas de Acolhimento, para pessoas com deficiência. O senhor pode detalhar a proposta?

O programa cria unidades especializadas para pessoas com deficiência sem estrutura mínima de acolhimento. Com equipe multidisciplinar, acessibilidade plena e suporte terapêutico, oferece moradia digna, saúde, inclusão social e acompanhamento psicológico, em articulação com SUS e assistência social, garantindo dignidade e segurança para famílias preocupadas com o futuro de seus filhos.

O senhor é autor da lei que obriga operadoras a entregarem à polícia dados de celulares roubados em até 36 horas. A medida já apresenta resultados efetivos?

Sim. Antes, a polícia esperava meses, o que favorecia o mercado clandestino. Hoje, as operadoras entregam os dados em até 36 horas, permitindo ação rápida contra quadrilhas e esquemas de receptação. Apesar de desafios na integração, a lei já acelerou investigações e aumentou a capacidade de combate ao crime.

Uma de suas propostas é criar uma frente parlamentar para acompanhar a decisão do STF sobre a “ADPF das Favelas”. Em que estágio está a proposta?

A frente já está estruturada e protocolada na Alerj. O objetivo é acompanhar a redução da letalidade policial e a reocupação de territórios dominados pelo crime, aproximando a população do processo via audiências e debates.

Outra proposta sua é a inclusão da disciplina “inteligência artificial” nas escolas estaduais. Como será possível com falta de professores em matérias básicas?

A carência existe, mas não podemos esperar para pensar no futuro. A disciplina será gradual, com projetos-piloto, formação específica de professores, parcerias com universidades, uso de plataformas digitais e ensino híbrido, garantindo educação básica e preparação para o mercado futuro.

O senhor preside a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais. Os números de maus-tratos ainda são alarmantes. A punição é branda?

Entre janeiro e agosto de 2025, o Linha Verde registrou 10.304 casos no Rio, 18% a mais que no ano anterior. Antes, maus-tratos eram punidos com 3 meses a 1 ano de detenção. Agora, maus tratos a cães e gatos têm pena de 2 a 5 anos, com multa e proibição de nova tutela. Não é a legislação ideal, mas temos avanços no sentido de diminuir a impunidade no caso de crime contra animais.

O senhor criticou a representação do deputado Carlos Minc que alertava para o fato de policiais participarem de cultos durante o expediente. Com altos índices de violência, isso não prejudica a segurança?

Orar não prejudica ninguém; fortalece, oferecendo equilíbrio e foco. Foi um momento pacífico e não uma infração. Defender o direito de orar é respeitar quem arrisca a vida diariamente e também defender a Constituição.



Conteúdo Original

2025-09-08 05:00:00

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