A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram, nesta quinta-feira (11/9), uma operação para cumprir seis mandados de prisão e sete de busca e apreensão contra acusados de envolvimento no assassinato do vereador de Duque de Caxias, Danilo Francisco da Silva, conhecido como Danilo do Mercado, e de seu filho, Gabriel Francisco Gomes da Silva.
As investigações apontam que os acusados integram uma milícia que atua em Duque de Caxias e que mantém ligações com o contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho (foto em destaque), o Adilsinho, figura conhecida no jogo do bicho.
O crime ocorreu em março de 2021 e, segundo a denúncia, teria sido motivado por disputa por poder político, econômico e fundiário na Baixada Fluminense.
Entre os alvos da ação estão três policiais militares: Allef Alves Bernardino, Luiz Carlos da Costa Ribeiro e Leandro Machado da Silva. Este último já havia sido denunciado por participação na execução do advogado Rodrigo Crespo, morto no Centro do Rio em fevereiro de 2024, e também foi apontado como segurança de Vinícius Pereira Drumond, filho do bicheiro Luizinho Drumond.
Além dos PMs, foram denunciados o empresário Luis Henrique Torres, suspeito de ser um dos mandantes do crime e atualmente foragido, Lincoln Reis da Silva, preso nesta quinta-feira e apontado como autor intelectual da execução, e Uanderson Costa de Souza, também foragido.
De acordo com o Ministério Público, o vereador e seu filho foram atraídos a um restaurante em Jardim Primavera sob o pretexto da venda de uma carreta. Minutos depois de Luis Henrique Torres deixar o local, os executores chegaram em um carro preto, encapuzados, com roupas escuras e coletes balísticos.
Um deles portava um fuzil e abordou Danilo diretamente, enquanto os outros renderam Gabriel com pistolas. As vítimas foram mortas a tiros em uma ação rápida e brutal, na qual testemunhas relataram que os criminosos gritavam “Perdeu! Perdeu!” antes da execução. Na fuga, um dos acusados ainda vestia uma blusa com a inscrição “polícia” na manga.
A motivação teria sido tomada de um loteamento em Duque de Caxias, parte da expansão territorial de grupos criminosos da região. O caso ganhou ainda mais complexidade pelo histórico de Danilo do Mercado, que em 2020 foi investigado sob suspeita de comandar um grupo de extermínio envolvido em homicídios ligados a disputas de terrenos.
2025-09-11 12:22:00