“Menu do Crime”: traficantes escondem drogas em marmitas de presídios

Uma operação conjunta liderada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) desarticulou, nesta terça-feira (17/6), uma organização criminosa que usava a entrega de marmitas como fachada para introduzir drogas, celulares e outros itens proibidos dentro


Uma operação conjunta liderada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) desarticulou, nesta terça-feira (17/6), uma organização criminosa que usava a entrega de marmitas como fachada para introduzir drogas, celulares e outros itens proibidos dentro de presídios do Rio de Janeiro. A ação foi batizada de Operação Menu do Crime.

Com o apoio de unidades dos Departamentos-Gerais de Polícia Especializada (DGPE) e da Capital (DGPC), além da Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), os policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão em diversos bairros da capital fluminense e municípios da Baixada, incluindo Centro, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Bangu, Ilha do Governador, Duque de Caxias e São João de Meriti.

As investigações tiveram início em 2023, após uma prisão em flagrante no presídio Nelson Hungria, em Bangu, onde um motorista de van foi detido ao tentar entrar na unidade com marmitas adulteradas. O local é ocupado, majoritariamente pela facção Povo de Israel.

O flagrante apontou para o tamanho da estrutura criminosa: 20 quilos de drogas (maconha e cocaína), 71 celulares, 19 chips, 96 carregadores, 96 fones de ouvido e três balanças de precisão foram encontrados escondidos nas quentinhas. Na ocasião, dois agentes da Seap também foram presos por facilitarem a entrada dos materiais.

Segundo apurado, o grupo atuava de forma coordenada. Funcionários da empresa fornecedora das refeições eram cooptados para omitir o lacre correto nas entregas.

A van, então, desviava do trajeto até o presídio para realizar a troca das marmitas originais por versões recheadas de ilícitos. O lacre era recolocado, e o veículo seguia para a unidade prisional, onde policiais penais cúmplices ignoravam os procedimentos de vistoria, permitindo que o material chegasse aos detentos.

A operação tem como objetivo aprofundar a apuração sobre quem financiava, lucrava e mantinha o funcionamento do esquema, além de rastrear o fluxo financeiro dos valores obtidos ilegalmente e identificar todos os envolvidos, dentro e fora das instituições públicas.



Conteúdo Original

2025-06-17 08:06:00

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