Mapa do Crime passa a exibir roubos nos bairros de Niterói; saiba como consultar em ferramenta do GLOBO

O Mapa do Crime atravessou a Ponte e chegou a Niterói. Dados inéditos sobre delitos na cidade fazem parte da nova atualização da ferramenta interativa de monitoramento de roubos do GLOBO, disponível a partir desta segunda-feira no site do jornal


O Mapa do Crime atravessou a Ponte e chegou a Niterói. Dados inéditos sobre delitos na cidade fazem parte da nova atualização da ferramenta interativa de monitoramento de roubos do GLOBO, disponível a partir desta segunda-feira no site do jornal e acessível tanto pelo computador quanto por celulares e tablets. Agora, o mapeamento — que ajuda a entender quais os bairros mais perigosos, onde o crime mais avançou e os horários menos seguros para se circular — oferece ao leitor informações sobre 147 bairros do município do Rio e outros 51 niteroienses. Nesta nova etapa, os números se baseiam em microdados do Instituto de Segurança Pública (ISP) até o primeiro semestre de 2025, os mais recentes disponíveis.

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Lançada em julho passado em meio às comemorações pelo centenário do jornal, a ferramenta também ganhou mais filtros, com novas possibilidades de visualização dos dados. Além de visualizar separadamente informações sobre cada um dos quatro crimes contabilizados no mapeamento — roubos a transeunte, de celular, em coletivo e de veículos, crimes que impactam mais diretamente a rotina da população —, o leitor também pode analisar as tendências criminais nos bairros com dois recortes temporais diferentes: o que engloba somente os primeiros semestres de cada ano (de 2020 a 2025) ou os anos inteiros (de 2020 a 2024). Também é possível ainda escolher o modo de apresentação dos dados: por números absolutos, por taxa a cada cem mil habitantes ou pela variação percentual em comparação com o ano anterior.

Cada opção gera um mapa com gradação de cores: das mais escuras, dos bairros com mais roubos, taxas mais altas ou com maiores aumentos dos crimes; aos tons mais claros, que distinguem aqueles com menos ocorrências, taxas mais baixas ou redução percentual dos casos. Há a alternativa ainda de navegar pelos dados em formato de ranking.

Já para se aprofundar na situação de um determinado bairro, o leitor pode clicar nele no mapa ou fazer uma busca por nome. Numa nova aba, aparecem a série histórica de crimes de 2020 a 2025, a variação do delito no local em relação ao ano anterior, uma comparação com outros bairros e um mapa de calor com os horários e dias com as maiores incidências de roubos.

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O Mapa do Crime foi produzido a partir de microdados de mais de 280 mil registros de ocorrências — 9 mil de Niterói e mais de 270 mil referentes à capital — obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao ISP. O órgão, responsável pelas estatísticas de segurança no estado, divulga mensalmente indicadores divididos por áreas de batalhões da PM e delegacias — que abrangem, quase sempre, vários bairros. Buscando entender dinâmicas criminais hiperlocais, O GLOBO fez seguidos pedidos ao órgão para ter acesso a dados como coordenadas ou nome das ruas das ocorrências — todos negados sob o argumento de que essas informações são sigilosas.

As menores unidades territoriais disponíveis pelo ISP, então, são os bairros, sobre os quais o Mapa do Crime pôs uma lupa. É a primeira vez que indicadores criminais em Niterói são divulgados com esse nível de detalhamento.

Com os dados, O GLOBO usou inteligência artificial para detectar erros de digitação e, em seguida, fez checagens para corrigir campos preenchidos incorretamente nos boletins de ocorrência — como vítimas que mencionaram Praça Saens Peña, em vez do bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio.

Ao fim, só em 5% dos registros não foi possível determinar o bairro do crime. Já devido à baixa quantidade de casos reportados nas delegacias, alguns bairros foram aglutinados, como Jardim Imbuí, em Niterói, que será apresentada junto com Piratininga.

Ao contrário do ISP, que divulga os registros pela data de comunicação do crime à polícia, O GLOBO usou como base a data do fato. Assim, um roubo que aconteceu em 31 de dezembro de 2023 e só foi registrado no dia seguinte será contabilizado, na ferramenta, em 2023.

O período das ocorrências nessa atualização do Mapa do Crime vai de 2020 ao primeiro semestre de 2025. Quando os microdados do segundo semestre estiverem disponíveis, serão atualizados na ferramenta. Leitores também podem enviar suas histórias de violência pelo e-mail mapadocrime@oglobo.com.br.



Conteúdo Original

2025-12-15 03:00:00

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