A publicação da série de reportagens baseada no Mapa do Crime, ferramenta interativa do GLOBO, na última semana, mostrou, de forma inédita, quais são os bairros do Rio com maior incidência de roubos. Seja por uma foto, um relato ou a citação do local que frequentam, leitores se reconheceram nas estatísticas e, através de comentários nas redes sociais ou recados por e-mail, muitos deles contaram suas histórias de quando foram vítimas da criminalidade cotidiana.
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“Botafogo está em alta. Toda semana tem alguém contando sobre assaltos. Semana passada, infelizmente, foi a minha vez”, escreveu uma usuária do Instagram sobre o terceiro bairro da cidade com mais roubo a transeunte (653 casos) no ano passado, atrás da Barra da Tijuca (718) e do Centro (1.938). Outro internauta, por sua vez, contou ter sido uma das vítimas dos roubos em coletivo, que se concentram na Avenida Brasil. Depois do episódio na via expressa, ele conta recorrer a outras opções para se deslocar: “Só ando de trem, faço baldeação, vou de Uber”.
Roubo a coletivo no Rio: bairros recordistas de casos estão na rota da Avenida Brasil
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Rio registrou mais de 4 mil casos de roubo a coletivo em 2024, um terço deles em bairros cortados pela Avenida Brasil— Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
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Rota da Avenida Brasil: bairros que cortam a via tiveram explosão de roubos a coletivo no ano passado — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Avenida Brasil, na altura de São Cristóvão, bairro com aumento de 48,4% nos roubos a coletivo — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
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Avenida Brasil, na altura da Maré, bairro do Rio com alta de 137% nos roubos em coletivo — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
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Avenida Brasil na altura da Fiocruz, em Manguinhos, bairro em que roubo em coletivo aumentou 208,3% em 2024 — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
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Avenida Brasil, na altura do Caju, bairro com 161 roubos a coletivo no ano passado — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Avenida Brasil: bairros como São Cristóvão, Caju, Benfica, Bonsucesso, Penha, Ramos, Irajá e Campo Grande tiveram alta nos roubos a coletivo — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Bairros cortados pela Avenida Brasil concentram um terço dos roubos a coletivo na cidade — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Operador diz que bandidos preferem ônibus que circulam pela faixa lateral, para facilitar desembarque após os roubos — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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No sentido Centro, ladrões roubam ônibus no trecho da Zona Oeste até Deodoro, por ainda não haver faixa seletiva — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
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Avenida Brasil, na altura da Vila do João: bandidos desembarcam pela pista lateral, em acessos da Maré, em casos de roubo em coletivo, diz operador — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
Um terço desses crimes em ônibus ocorrem em bairros que cortam a via
Uma terceira usuária do Instagram contou que o seu filho foi vítima do roubo de celular duas vezes: na Central do Brasil, no Centro, e no Maracanã, dois dos bairros em que mais se roubou aparelhos no ano passado. Também no Maracanã, uma jovem comentou que a escolha da foto da passarela do metrô, ao lado do campus da Uerj, “foi perfeita para ilustrar” a matéria que citava que o Centro, a Grande Tijuca e o Flamengo compõem a lista de lugares onde os roubos mais aumentaram: “Lugar onde a gente vai de braço dado com qualquer desconhecido, para não passar sozinha”.
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Por e-mail, o leitor Alexandre Gomes compartilhou um histórico ainda mais extenso: “nesse assunto, tenho várias histórias”, afirmou. Morador de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, ele já teve quatro celulares roubados, em diferentes cenários. Quando trabalhava como motorista de aplicativo, teve um celular roubado quando se deslocava para uma corrida numa comunidade; outra a bordo de um ônibus que fazia o trajeto entre Nova Iguaçu e a Barra da Tijuca, na Zona Oeste; além de outra vez esperava a entrega de um lanche na porta de casa. “Meu quarto celular foi (roubado) ao sair do trabalho, na região de Parada de Lucas, às 7h10”, lembra ele, citando o bairro da Zona Norte onde esse indicador aumentou 58% no último ano.
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Na última semana, o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) divulgou os dados de registros do último mês de junho, o que mostra que a subtração de celulares segue crescendo. Os furtos de aparelho cresceram 20% no primeiro semestre de 2025 na capital fluminense, em relação ao mesmo período do ano passado, por exemplo.
Uma das vítimas recentes foi Brenda Rodrigues Gomes, de 26 anos, que se viu refletida nas estatísticas na Tijuca, Zona Norte do Rio. Ela foi assaltada à luz do dia, na tarde de um sábado, no último dia 12 de julho, na Rua Conde de Bonfim, a principal do bairro.
— Estava indo ao mercado, por volta de 14h30, e parei numa travessa esperando o sinal abrir. Naquele momento, aproveitei para mandar uma mensagem para o meu esposo perguntando se ele queria algo. Foi aí que um rapaz passou de bicicleta e arrancou o celular da minha mão. Saiu pedalando como se nada tivesse acontecido. A rua estava cheia, teve gente que gritou “pega ladrão”, mas ele sumiu — relata Brenda, que registrou a ocorrência e contou que se sentiu representada ao ler a matéria do Mapa do Crime que mostrava que aquela região constava entre aquelas com alta nos roubos de celular.
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Já a seguidora Ana Clara Demarré, que estava grávida, contou que foi assaltada na última terça-feira, na Rua Francisco Sá, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Três homens roubaram o seu cordão de ouro. O pai da vítima desistiu de reagir quando o grupo sinalizou que estava armado.
— Acabei ficando muito, muito, muito nervosa e entrei em trabalho de parto precoce e estou aqui no hospital, meu bebê nasceu com 32 semanas — disse a leitora. — O que mais me chamou atenção foi, além da idade, já que eram três e o mais velho não aparentava ter nem 15 anos, que eles estavam tão calmos quanto alguém que pede uma informação na rua. Saíram andando lentamente, com a certeza de que assaltar um bem de alguém não traz nenhuma consequência.
O caso ocorreu em um dos bairros que mais reduziram os índices de violência urbana no último ano, conforme mostrou O GLOBO. Segundo dados do Mapa do Crime, o número de roubos a transeunte na Princesinha do Mar teve queda de 43,1% no último ano, com 328 ocorrências. Na cidade, o roubo a transeunte cresceu 7% no primeiro semestre deste ano
2025-07-28 04:30:00