Família de adolescente morta em Minas Gerais pede que crime seja reconhecido como feminicídio

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A tia de Melissa, Marisa Agreli, representando a família, expressou indignação com a decisão da investigação. “Lamentamos que não seja dado ao bárbaro crime ocorrido o nome correto”, afirmou em publicação nas redes sociais, enfatizando que o caso não deve ser reduzido a um simples ato de inveja.

A família reafirma que o crime reflete a misoginia enraizada na sociedade e não pode ser analisado apenas sob uma perspectiva jurídica. “A questão não é jurídica, é social”, afirmaram, ressaltando que enquanto a misoginia não for confrontada, meninas continuarão a viver com medo. Eles reconhecem que, independentemente do enquadramento legal, o autor do crime deve ser punido, mas a mobilização é também para abrir um debate mais amplo sobre a violência contra mulheres.

O delegado responsável pelo caso, Cyro Outeiro, descartou a possibilidade de misoginia, alegando que o assassinato teria sido motivado por um desentendimento banal entre os adolescentes. O investigador reafirmou que a motivação apontada foi “inveja” e que não há risco de repetição do ato. No entanto, a família de Melissa mantém sua posição e continua a lutar pelo reconhecimento de feminicídio, questionando a abordagem limitada da investigação.

Antes de cometer o assassinato, os dois adolescentes entregaram um bilhete a Melissa com o que parecia ser sua “sentença de morte”. As imagens das câmeras de segurança mostram a jovem lendo o papel, momentos antes de ser atacada com golpes de faca. Após o crime, o agressor deixou a sala andando calmamente, sem que ninguém pudesse impedi-lo.