Os Estados Unidos e o Paraguai assinaram um pacto de segurança nesta segunda-feira que poderá permitir que soldados americanos operem no país sul-americano como parte da repressão do presidente dos EUA, Donald Trump, contra gangues criminosas violentas que sua administração considera terroristas.
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O chamado acordo sobre o status das forças formaliza uma parceria já existente, disse o secretário de Estado americano, Marco Rubio, que elogiou o Paraguai como um dos “aliados mais fortes do mundo” de seu país e da região.
— A maior ameaça que enfrentamos no Hemisfério Ocidental é a ameaça das redes criminosas — disse Rubio em comentários gravados. — Precisamos de parceiros fortes na região que entendam que essa é a maior ameaça em nosso hemisfério e estejam comprometidos a trabalhar conosco para enfrentá-la.
O acordo também facilita operações conjuntas, treinamento e compartilhamento de informações em questões de segurança, respeitando a soberania nacional, afirmou ele.
O Paraguai emergiu como um aliado próximo do governo Trump, mesmo que o presidente Santiago Peña, do Partido Colorado (de direita), mantenha relações cordiais com governos de esquerda na região. O Paraguai também é um dos poucos países que ainda mantém relações diplomáticas com Taiwan, embora ao custo da perda de comércio e investimentos com a China.
Em outubro, os EUA removeram as sanções financeiras contra o mentor de Peña, o presidente do Partido Colorado e ex-chefe de Estado Horacio Cartes, e várias de suas empresas. O governo Biden havia proibido Cartes de entrar nos EUA e de acessar o sistema bancário americano por supostos atos de corrupção.
Rubio afirmou que os EUA também desejam fortalecer seus laços econômicos com o Paraguai. A nação sem litoral, com 6,1 milhões de habitantes e aproximadamente do tamanho da Califórnia, possui uma das economias de crescimento mais rápido da região, impulsionada pela forte demanda por exportações de carne bovina, soja e produtos manufaturados. Na semana passada, o Banco Central paraguaio elevou sua previsão de crescimento para este ano de 5,3% para 6%.
Em seu discurso na cerimônia de assinatura em Washington, o Ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, disse que o acordo fortalece a relação de segurança entre os dois países.
— O presidente Santiago Peña está profundamente empenhado em continuar a trabalhar arduamente na relação entre os nossos países, bem como em objetivos comuns como este — ressaltou Ramirez em referência ao combate ao crime organizado.
2025-12-16 14:34:00



