“Esculacho”: neta de Celsinho da Vintém acusa polícia por truculência

Lara Mara, a neta de Celso Luiz Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vila Vintém, considerado um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro, se pronunciou, por meio das redes sociais, após a prisão do avô, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (8/5).

Demonstrando revolta, a mulher criticou a ação da polícia, declarando que os militares teriam chegado “atirando” e agindo de forma truculenta.

“Entraram na nossa casa atirando, agrediram a minha avó, de 62 anos, uma mulher que faz tratamento de câncer, e também agrediram a minha tia. Eles esculacharam a gente, meus irmãos tudo (sic) dormindo dentro de casa… que esculacho é esse? Isso não existe, não, a gente não vai se calar, não”, declarou.

A mulher continuou dizendo que a família quer ser ouvida. “Com ele, ‘demorou’, mas a gente é família, a gente não é criminoso. Quer levar preso? Tem mandado de prisão? Tá, mas vem na moral. Não existiu troca de tiros e esses esculachos aí que estão falando, esculacharam foi a gente”, declarou.

Lara ainda afirmou que sua avó, que tem câncer, foi agredida com um soco na boca. “O que uma senhora de 62 anos, que tem câncer aí faz contra a polícia? A minha tia, que tem problema de lúpus, também foi agredida. O que a gente fez? A gente tava armado? A gente é bandido? É assim que a família entra na casa dos cidadãos? Eu vou lutar pelos direitos da minha família porque o que aconteceu hoje não tem que acontecer mais, isso é um absurdo! Trataram meu avô igual um bicho. Não teve troca de tiro, eles atiraram para arrombar a porta da minha casa.”

A neta finalizou os vídeos pedindo para que as pessoas espalhem o pronunciamento.

A prisão

Dundador da facção Amigos dos Amigos (ADA), Celso foi preso na manhã desta quinta-feira (8). Ele foi capturado na Vila Vintém, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

As investigações apontam que Celsinho se aliou ao Comando Vermelho (CV),  para retomar o poder em comunidades que foram dominadas pela milícia. Segundo a polícia, ele também fez negócios com um grupo paramilitar e “comprou” o controle da Vila Sapê, em Curicica.

A ação faz parte da Operação Contenção, que trabalha para conter e atacar o avanço territorial do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio.